A importância dos restaurantes

Dificilmente me atrevo a enfrentar a cozinha para preparar um bom almoço, nem mesmo aos finais de semana. Gosto mesmo é de comer em restaurantes. Desde que saí da casa dos meus pais, há dez anos, descobrir bons e baratos lugares para almoçar é uma das minhas tarefas favoritas. Não que eu não saiba cozinhar (na verdade sei, desde que tenha um livro de receitas ao meu lado com todas as medidas exatas de cada ingrediente), mas não tenho paciência para esperar o prato escolhido ficar pronto, o que pode demorar horas. Gosto só de fazer umas saladas diferentes e preparar uns sanduíches lights, que são práticos, rápidos e gostosos. Quando morava em Piracicaba e dividia a casa com mais um monte de mulheres minha tarefa na cozinha sempre se limitou a lavar a salada e, depois, a louça final. Repito: não que elas me excluíssem porque eu não sabia cozinhar, mas sim porque elas cozinhavam e até hoje cozinham muito, mas muito melhor e com muito mais habilidade, do que eu. Portanto, nunca me senti preterida por apenas lavar a salada. Acho que lavar a salada é, sim, uma tarefa tão importante quanto o resto do almoço. Ninguém quer encontrar um bicho verde em uma folha de alface, certo? Me lembro que fui comer em um restaurante,se é que se pode chamar de restaurante, mais do que mambembe em Campinas, perto do Correio Popular, onde trabalhava, e ao pegar a folha de alface encontrei uma larva. Chamei o gerente, se é que aquele senhor pode mesmo ser chamado de gerente, e disse: "Encontrei um bicho na minha salada". Ele, ao invés de me dar uma resposta digna, soltou uma gargalhada. Respondi: "Isso não é engraçado". E ele respondeu que nada podia fazer por mim, que a cozinheira não devia ter reparado na larva e blablabla... nunca mais voltei naquela biboca e me limitei a almoçar em uma padaria lá perto que era a única alternativa que tinha sem precisar pegar o carro.
Mas, voltando aos restaurantes, fui comer uma paella no Salamandra, típico restaurante espanhol aqui de Ribeirão Preto, no sábado. Enquanto eu e meu marido esperávamos pelo prato tentávamos nos refrescar com uma e depois duas e depois três garrafas de sangria. Enquanto isso, comecei a reparar nas pessoas ao meu redor e a feição delas de satisfação ao experimentar uma iguaria que era posta à mesa. Por isso gosto de restaurantes. Eles têm a capacidade de nos proporcionar um prazer inigualável em poucos minutos ou horas em que você está ali sentado. Até mesmo os self-services são capazes disso. Pretendo continuar a minha saga por restaurantes para sempre. Apesar de ter livros de receita por todas as gavetas da minha cozinha, não pretendo virar uma cozinheira de mão cheia. Fico com os restaurantes. E se alguém está se perguntando se não sinto falta de uma comida caseira, respondo que, quando sinto, posso me saciar quando vou à casa dos meus pais ou ainda na casa de boas e compreensivas amigas que sabem cozinhar como ninguém.

3 comentários:

André 26 de outubro de 2009 às 20:29  

Bom, pra comer é restaurante, pra farra é almoço em casa de amigo! Quando junta as porangas cada um faz uma coisa, ok. Mas o lance mesmo é tomar, tocar e cantar. Rir, gargalhar e discutir com o vizinho. Arrecadar dinheiro pra mais cerveja e gelo. Enquanto a cereveja nao chega uma caipirinha sempre aparece. Aí, no dia seguinte, um restaurante é a melhor coisa! rsrsrs!

Graziela 1 de novembro de 2009 às 01:10  

Maria, esse post me fez recordar de uma história similar: comendo estrogonofe de camarão em um self service de Rio Preto, encontrei algo parecido com um mini caramujo. A resposta da próprietária à minha indignação: " mas ele é limpinho..."

Mar T. 6 de novembro de 2009 às 12:11  

Viu Maria, daqui a pouco vc, além de redatora chefe será crítica de gastronomia!

Por falar nisso minha irmã que se formou chef abriu um restaurante aqui em Guará, quando quiser as portas estarão abertas...
grande beijo

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Jornalista. Ardida. Gosta de livros, música, Mafalda, São Jorge, sorvete, corrida e bicicleta. Canta sozinha na rua e conta helicópteros no céu.

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