Há tempos que tenho pensado sobre lealdade. As pessoas cobram lealdade, fidelidade e amizade a torto e a direito. E como cobram. Mas nem a lealdade e nem a fidelidade e a amizade são passíveis de cobrança. Para começar, a meu ver, principalmente a lealdade, é uma questão de princípios e de caráter. Ou a pessoa tem ou vive sem. A amizade vem junto. Não há nada mais prazeroso do que ter bons amigos. E não há nada que doa mais do que ser traído por um amigo. É como ser retalhado a punhaladas por um irmão. A gente sonha com isso. Acorda pensando no assunto e costuma se perguntar por qual motivo nunca desconfiamos de tal falta de caráter. É difícil perdoar. Mas o mais difícil é quando o pedido de perdão nunca chega.
Alguns traem por covardia, outros por caráter, outros por princípios, outros por egoísmo e outros por um pouco de cada. E na maioria dos casos a traição só vem à tona porque um outro ser resolve te contar toda a verdade. Mas também dá para sacar qual é a do seu "amigo", em alguns casos. O que quero dizer aqui é que lealdade é uma via de mão dupla. Não se pode cobrar aquilo que não se oferece. E lealdade também é dizer ao seu amigo que ele errou, mas que é possível consertar. Lealdade é proteger o seu amigo do sofrimento até o último suspiro.
Lealdade é não esperar ele dar as costas para falar umas boas verdades sobre ele. Lealdade é virar o mundo para tentar encontrar um caminho para o seu amigo seguir. Lealdade é não dissimular, é não fingir sentimentos que não existem, é não fazer o seu amigo acreditar que você realmente gosta dele, quando no fundo, não se importa tanto assim. Lealdade é ser honesto com os outros, mas antes de tudo, ser honesto consigo mesmo. Porque o seu telhado também pode ser de vidro e um dia, isso não é praga, mas uma constatação, tudo o que você fez para tentar se dar bem, vai te atingir como um raio. E somente você será capaz de entender os motivos de estar passando por tudo isso.
Sobre lealdade
Os sentidos de Don Corleone
Hoje (05/04/2011), depois de eu entrevistar umas dez pessoas para uma matéria sobre comportamento infantil, escrever um texto para o UOL e enviar uns quinze emails em busca de fontes para uma reportagem sobre tecnologias no esporte, Tatiana Fávaro me chama no messenger e pergunta se "estou ocupada ou coçando." Como estava nem uma coisa e nem outra, respondi "meio a meio." Veio então o pedido: preciso de um artigo sobre cinema para o Guia Vamos Lá, de Jundiaí. Minhas primeiras perguntas foram "Quantos toques?" "Qual o deadline?" AGORA é o deadline. Ok, respondi e comecei a escrever imediatamente. Sei bem o que é ter um espaço em branco numa publicação.
Foi isso o que saiu nos próximos 15 minutos após a nossa conversa, via messenger
Os sentidos de Don Corleone
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