A revolta da calça jeans. Não se iluda!

É difícil fazer 30 anos? É sim. Difícil quem negue. Há vários motivos para temer: ainda não consegue ganhar dinheiro suficiente, está solteirona, está com um marido traste, ainda mora na casa da mãe, não encontrou o emprego dos sonhos, engravida ou não engravida. Enfim, pode ser cruel mudar de década. E, como se não bastassem tantas dúvidas, a parte mais difícil: suas roupas não te servem mais. Simples assim. De repente, do dia para a noite, aquela calça jeans que te vestiu por dez anos decide que não vai mais passar do seu quadril. É, sabe aquela calça que você comprou na faculdade e achou que seria sua para sempre? Pois é, não te pertence mais, de repente, num piscar de olhos.


Você pode até tentar e fazer malabarismos para ver se fecha, mas minha amiga, te garanto, é melhor deixar para lá, pois as conseqüências podem ser avassaladoras. Pior do que um zíper que estoura, é aquela pança para fora. Não, não dá. Doei todas. Sem dó. Decidi que não as guardaria até emagrecer, como eu fazia nos meus vinte anos. Agora, só calças de brim, de algodão, bem soltinhas, sem me preocupar se são 40 ou 42 (vá me dizer que você, depois dos 30, ainda usa 38! Se sim, estoure uma champanhe. Você merece!). Tudo pelo conforto.

Minhas amigas mais magras de toda uma vida também sentiram na pele o peso dos trinta anos. Uma delas, a Grasi, saltou do número 34 para o 42 e jurou pra mim que nunca mais comprou uma calça jeans sequer. Agora, no guarda roupa dela, só legging e vestidos. E gente, sério, a Grasi continua magérrima. Assim como a Raquel, que causava inveja a todas as mortais quando montava o seu prato de almoço com comida de gente grande mesmo. Parecia que ela tinha trabalhado na roça o dia todo carpinando. Nunca engordava um quilinho. As calças dela também não servem mais. E ela também continua magérrima (se ela ler esse texto, irá discordar).

Portanto, agora acredito na minha mãe, que sempre me dizia: “Aproveita enquanto você é nova, menina, porque depois não tem mais jeito.” Não tem mesmo. O jeito agora é remediar e não se atrever a entrar em uma loja de adolescentes. Acredite em mim, o seu M não é o mesmo M da sua amiga de vinte e poucos anos (se é que você tem uma amiga novinha assim). Não se tortura porque não vai nem passar pelo seu ombro. Eu tentei e não passou. Não se iluda. Não estou rogando praga. Juro. É apenas uma constatação. O jogo agora é se esforçar para não embarangar de vez. E minha tia jura que aos 40 começa tudo de novo. Oremos. Ah, e essa da foto não sou eu.

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Jornalista. Ardida. Gosta de livros, música, Mafalda, São Jorge, sorvete, corrida e bicicleta. Canta sozinha na rua e conta helicópteros no céu.

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