Duas irmãs visitavam a família e passavam férias na Paraíba.
Era agosto de 2011. A cunhada precisou voltar porque o marido teve um AVC. Em
dois dias conseguiu chegar em São Paulo. No terceiro dia, o pai morreu, lá na
Paraíba. Mas não deu tempo de ela voltar para o enterro não e também precisava
cuidar do marido, que continuava internado. Vinte e oito dias depois, o marido
morreu. Mas pelo menos dessa vez ela estava presente para o enterro. Esse ano,
ela voltou para a Paraíba, novamente acompanhada da irmã. Queria tirar as
férias que não conseguiu em 2011. No meio das férias, ela precisou voltar de
novo. O filho foi internado às pressas com uma infecção generalizada. Tem vinte
e seis anos. Mas é mirradinho, sabe? Pelo menos foi que o seu Antunes me disse
no curto trajeto entre a Vila Mariana e o Paraíso. Antunes, católico, pensa
até que chegou a hora de procurar um terreiro de umbanda para tirar a
ziquezira. Ele sofre pela cunhada e sofre pela mulher, que sé só lamentação por
causa dos percalços da vida da irmã. As duas nunca se desgrudaram desde o nascimento.
Gêmeas. Unha e carne. Pelo menos foi o que ele me disse. Talvez se o sobrinho fosse forte como um
touro, Antunes tivesse mais fé que ele sairia dessa e a cunhada poderia
voltar para a Paraíba e tentar mais uma vez descansar sem ter de pensar sempre no pior. Pelo menos foi o que o Antunes me disse.
0 comentários:
Postar um comentário