- Tá falando sozinho, Cartola
- Não é sozinho. To falando com as rosas
- Mas as rosas não falam, Cartola
Estava no shopping Santa Úrsula num evento em homenagem a ele. Fantasiado, um bom contador de histórias nos colocava a par da vida do boêmio. Para intercalar, músicas de Cartola. Quando As Rosas Não Falam começou senti um aperto no peito e lembranças, boas, tomaram conta daquele momento. É esquisito como me lembro da minha infância e adolescência com uma nostalgia sem tamanho e hoje já consigo entender a minha mãe quando ela chorava por estar com saudade. Saudade do que mãe? De quando vocês eram crianças, de quando eu era jovem, da casa que eu morava, das minhas amigas da escola.
Engraçado. Eu já sinto falta das mesmas coisas. Com a música de Cartola lembrei de minha mãe cantando e tocando violão para mim. Desde muito criança sei a letra como se fosse uma música infantil. Cantava com a minha mãe, mesmo sempre tendo achado a letra triste. Mas era bom cantar com a minha mãe e a ouvir no violão. A gente cantava no quarto, no quintal e até na creche onde ela ajudava.
Hoje eu ainda canto com ela, mas não é como antes. Eu não moro mais lá e desde que saí de casa nunca mais consegui passar um bom tempo com ela. O futuro ainda era distante e não o presente que ele já é. Não sei se era isso que esperava dele. Não sei ao certo se gosto dele. As lembranças não me permitem distinguir se é melhor ou pior ou se não é possível comparar os dois tempos. Quando o cavaco começou a dedilhar As Rosas Não Falam, me deu vontade de chorar. No final, chorei.
Aurora
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Quando acompanhei com o olhar aquele galo se empoleirar no alto da
mangueira e bater as asas, me irritei profundamente. E aí, ele cantou… Quem
pensa que é ...
Há 3 anos
4 comentários:
cara, achei 'conversas com woody allen' por vinte e cincão na feira do livrooo! vc tem??
putz, não lembro o nome da 'loja'! pela sacola, é lepm (dos livrinhos de bolso, sabe?). fica logo na entrada pelo ponto de táxi da duque de caxias!
eu gosto do que voce escreve
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