
Logo no primeiro dia passei em frente a uma das minhas lojas favoritas de calçados, na Avenida Paulista. Em certo dias, quando eu não estava atrasada, descia uma estação antes do metrô só para passar em frente a ela e dar uma olhadinha básica. Os sapatos são os mais lindos e confortáveis do universo e custam uma fortuna. Fortuna que eu costumava pagar porque com esse pé chato que não pedi a Deus só eles me faziam felizes durante as longas caminhadas que preciso enfrentar em minhas locomoções diárias.
Voltando ao assunto da loja. Passei em frente e vi aquela linda faixa com os dizeres “Promoção”, “Até 50% de desconto” e por aí vai. Resolvi entrar só para saber quanto estava valendo o sapato dos meus sonhos. “Se quiser é só falar que pego o seu número”, disse o rápido vendedor. “Não, obrigada. Só estou olhando”, respondi eu com uma lágrima escorrendo. Mentira. Exagero meu. Mas o sapato estava com um puta de um desconto e em outros tempos teria logo comprado dois pares. Seriam dois pelo preço de um. Fui embora, mas não, livre, leve e solta como alguns diriam que eu me sentiria ao recusar uma compra.
No segundo dia, após o anúncio para o mundo da minha nova fase de vida, um amigo do trabalho pede para irmos almoçar no shopping, pois ele queria aproveitar para comprar um presente para um amigo. Shopping... ia recusar, mas não posso me tornar uma pessoa esquisita. Mais esquisita né? Topei.
Aquele lindo do Shopping Pátio Paulista com todas as lojas que adoro: Side Walk, Siberian, Uncle K, Rovelon. Tudo em promoção, tu-do. Passei reto por todos os corredores. Não olhei nenhuma vitrine. Entramos na Saraiva. É impressionante. Quando você sabe que não pode gastar, as coisas não te chamam mais tanta atenção. Começou a me dar preguiça de ver os livros e os CD´s. Não ia rolar comprar nada mesmo. Fiquei só pensando quanto tempo isso vai durar. Até quando meu cartão de crédito terá uma fatura magrinha? Vou conseguir?