Quatro meses sem fumar e os pesadelos noturnos

Quem nessa vida já fez regime já passou pela situação degradante de sonhar que está devorando como um animal algum prato de comida. No meu caso, sonhava que tomava escondida atrás da porta do meu quarto escuro um pode de sorvete de dois litros de chocolate. E no sonho eu pensava: "Estou de regime. Não deveria estar tomando isso." Mas continuava tomando sem parar aquele bendito e delicioso sorvete proibido para a minha realidade.

Com o cigarro não é diferente. Exatamente há quatro meses sem dar um trago num cigarro, já sonhei duas vezes que fumava. Lembro direitinho do primeiro sonho: Estava num posto de gasolina lá em Piracicaba, na começo da rodovia Luiz de Queiróz, e eu ainda tinha o meu Celtinha branco (o meu primeiro carro em 2004). Tinha acontecido alguma coisa no sonho que eu só lembro de estar bem nervosa. Entrei na loja de conveniência comprei um maço de Marlboro vermelho e comecei a fumar sentada no banco do carro.

No entanto, a sensação era a mesma do pote de sorvete. Eu não deveria estar fumando. Afinal, tinha parado de fumar. Neste primeiro sonho, apaguei o cigarro e me arrependi por ter dado dois ou três tragos nele e ter estragado o meu primeiro mês sem cigarro.

Há 15 dias voltei a sonhar que fumava. Confesso que não me lembro detalhes deste sonho, mas era de novo um Marlboro vermelho e fumei durante toda a noite. Me lembro que, de novo, no sonho eu pensava que não devia estar fazendo aquilo, pois já tinha ficado quatro meses sem fumar. Mas, diferente do primeiro sonho, como eu já tinha estragado tudo com o primeiro trago, decidi fumar sem parar. E fumei um cigarro atrás do outro. Só no sonho.

A vida sem o Ipod

Desde que roubaram meu iPod na academia não tenho mais vontade de correr

Eram 2.274 músicas

Algumas que eram impossíveis de serem ouvidas numa corrida

Outras, muito pelo contrário

Preciso de outro iPod com a mesma capacidade

O mundo é dos Panças

Como uma pessoa que já nasceu praticamente obesa e nunca soube na vida o que é usar roupa tamanho "P", sempre precisei me preocupar com a alimentação e exercícios. Quando ainda não sabia cuidar de mim mesma era minha mãe quem fazia isso.

Era adoçante, pão sem miolo, leite desnatado e sorvete só de fruta. Uma tortura para uma criança, mas me tornei uma adulta com uma alimentação chata, mas saudável. Hoje realmente gosto de saladas, frutas e carne magra, mas meu pensamento ainda é de uma pessoa gorda. Também não gosto de exercício, mas pratico. Fazer o que? É por isso que sempre digo: "Eu sou gorda, mas no momento não estou gorda." Basta um deslize para ver o que é bom.

Como uma pessoa gorda que tenta não estar gorda estou sempre a procura de coisas lights, diets e naturebas. Mas tá foda. Dia desses, no Carrefour, não tinha uma infeliz de uma marca de suco light. Juro! Pensei: "Estão querendo deixar todos panças." Fui embora sem o suco. Não vou cair nessa.

Fui almoçar no Subway no dia seguinte e a lanchonete com seu conceito de comida saudável e sem gorduras também está se deixando levar para o Mundo dos Panças. A pergunta "Cookies ou chips para formar o combo por um real senhora?" não existe mais. O combo existe, mas ficou mais caro. Tudo isso porque a batata não é mais a pequena e sim a média e, pasmem!, não vem mais um cookie e sim dois. Quem, em sã consciência, pode querer comer dois cookies de sobremesa? Nem eu que tenho pensamento gordo sou capaz disso. Se estiver com uma companhia ainda vá lá, mas se não... Isso sem contar que água não entra no combo e se você pede um refrigerante a atendente te alopra para levar o de 500 ml por não sei mais quantos centavos.

No mesmo dia à noite fui ao Pão de Açúcar para comprar leite, aquele Nescau Light de caixinha, para levar no trabalho. Meu, não tinha nada light desse tipo para comprar. E suco, só o de Pêssego. Olhei para o lado e dois gordinhos faziam a festa com comidas gordas no carrinho. Não quero fazer parte dos panças a dominar o mundo, será que dá?

Snack´s agora é Olavo Restaurante

O Snack´s fechou suas portas depois de alguns meses da inauguração. Nesta semana reabriu como Olavo Restaurante. Os donos são os mesmos e o ambiente mudou pouco. Só algumas paredes pintadas, uma ou outra decoração diferente e toalhas de mesa, que se não me engano antes não tinha, e só.

A comida agora é por quilo e custa R$ 26,90. Um preço bom quando comparado com outros restaurantes por quilo pelos arredores da Avenida 9 de Julho. Eu já fui ao local duas vezes e gostei da comida. Eles preparam umas coisas diferentes e apesar de não ter a mesma variedade de um Tempero Brasileiro ou de um Classe A tem para todos os gostos. Agora também tem manobrista gratuito porque não tem lugar para estacionar lá perto. Não é mais o Snacks e não tem mais os Smoothies que eu adorava, mas vale e muito como mais uma opção de restaurante para quem precisa almoçar rapidinho e voltar para trabalhar.

Espero, sinceramente, que dessa vez o lugar vá para frente e que os donos - que estão sempre presentes no local - tenham paciência para esperar o retorno financeiro chegar. Pelo menos nos dois dias que frequentei, a movimentação parecia boa.

De novo, o síndico

Um dia cheguei em casa louca para descarregar as compras e o carrinho do supermercado não estava na garagem, onde ele deveria estar. Interfonei para o porteiro e ele me orientou a subir na outra garagem e pegar o carrinho de lá. Na opinião dele, o carrinho que deveria estar na minha garagem provavelmente estava parado em algum andar, onde deveria morar um morador bem folgado e sem pernas que não devolvia o acessório para o seu devido lugar. Morar em prédio é isso.
Durante a semana seguinte não sosseguei enquanto não vi pregado no elevador um recado de que era proibido pegar o carrinho e não devolver imediatamente e que o filho-da-puta que fizesse isso estaria sujeito a multa. Ficou lá o papel pregado uma semana.
Tudo ia muito bem quando de repente estou na cozinha de casa e ouço o meu vizinho, no caso o síndico, abrindo a porta e pelo som parecia que ele estava largando o carrinho lá no corredor para a coitada da faxineira levar de volta para ele no dia seguinte. Espiei pelo olho mágico e era isso mesmo. Porque ele não tem perna para devolver, só pode ser. Pensei: hãham, então é ele, a pessoa que deveria dar o exemplo, que não devolve o carrinho. Não fiz nada. Só emiti o comentário com o meu marido que estava comigo na cozinha: "Puta cara folgado."
Bom, hoje chego com o carro lotado do supermercado e, bingo!, o carrinho não estava lá. Subo na outra garagem para pegar o carrinho de lá. Inspiro, expiro, Inspiro, expiro, para não estressar. Quando desço no meu andar pelo elevador de serviço descubro onde está o bendito carrinho. Foi o síndico ou a mulher dele ou alguém da casa dele que usou o filho-da-puta do carrinho e não de-vol-veu.
Continuei o meu trabalho de relaxamento e toquei a campainha do síndico. A mulher dele atendeu. Com um sorriso quase verdadeiro no rosto, inicio o diálogo:
- Oi, vizinha, digo
- Oi, responde ela com uma cara de assustada acho que imaginando o que eu estava fazendo lá
- Estou descendo para devolver o meu carrinho, quer que eu devolva o seu também?
- Eu já ia devolver. É que acabei de chegar do sacolão (ou cenourão ou varejão, não me lembro)
- Eu devolvo para você. É que tive que subir na outra garagem para poder usar o carrinho e logo imaginei que o outro estivesse aqui. Melhor devolver né?
- É. Obrigada, Fernanda
- De nada.
Desci os dois carrinhos. Deixei cada um no seu respectivo lugar e voltei para o meu apartamento para terminar de guardar as minhas compras.

O rei da cidade 'Quemmandaaquisoueu'

Era uma vez um homem muito importante. Bom, na verdade ele era muito importante porque ele achava que era, se comportava como tal e queria que todos também pensassem assim. É fato que alguns gostariam de ser como ele, mas ele não é assim um homem de tão grande valor moral como acha que é. Tudo bem que ele é dono de um patrimônio que todo mundo pensa ser incontável. Ele tem carros importados, segurança e está sempre de terno com cabelo penteado para trás. Igual todo grande-homem-rico-empresário gosta de se vestir. Os ternos são personalizados e ele não se preocupa com multas na estrada ou se o local é ou não para fumantes. Como todo homem que se acha importante, ele acredita que pode tudo.
Para pessoas como ele, não há nada melhor nessa vida do que os almoços por R$ 300 o prato, poder pagar pelos vinhos mais caros - mesmo que a bebida não seja das melhores - e, o mais importante: ser paparicado. Todo grande-homem-rico-empresário gosta mesmo é de atenção. E puxa-sacos, para caras como esse, é o que não faltam. Mas, mesmo com tudo isso, uma pedra apareceria no caminho desse grande-homem-rico. Para muitos isso não poderia ser considerado um obstáculo, mas para este homem isso foi a morte, um horror, um absurdo. O sinal de que, mesmo com todo o império construído por ele, ainda havia gente nesse mundo que esquecia daquele tão importante homem. Que tipo de gente seria essa? Que tipo de gente não enviaria um convite para a casa desse tão importante homem? Gente que não considera ele tão importante, só pode ser. Ou, então, o que dói mais, gente que se considera mais importante do que ele. Para este homem, a ausência de um convite em cima da mesa de mármore dele para comparecer a badalada festa num hotel chiquérrimo onde só a fina-flor da cidade "Quemmandaaquisoueu" foi convidada, foi um verdadeiro desprestígio. Um absurdo tão grande que ele e a família promoveram uma vingança. Usaram todo o seu poder para tentar acabar com o glamour da festa e tentaram com telefonemas que todos os convidados não comparecessem. Mas a festa foi um sucesso, mesmo sem a presença deles.

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Jornalista. Ardida. Gosta de livros, música, Mafalda, São Jorge, sorvete, corrida e bicicleta. Canta sozinha na rua e conta helicópteros no céu.

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