A volta do frango

Certamente esse será um dos meus últimos posts sobre os restaurantes de Ribeirão Preto. Não, isso não é triste. A partir de janeiro do ano que vem meus posts serão sobre as orgias gastronômicas que cometerei por Campinas e São Paulo (isso explico melhor em breve). Num dos meus últimos dias em Ribeirão (não, eu ainda não mudei. Estou só perambulando por aí) recebi a famigerada Revide na minha casa e, como sempre, fui direto para as páginas das dicas - pagas (e quem liga pra isso?) - dos restaurantes. Por incrível que pareça, tinha um lugar novo e quase chorei quando a palavra "chicken" pulou da revista diretamente para a minha visão. Sim, Star Chicken. Eu tinha acabado de encontrar um novo lugar para comer frangos fritos com polenta. E esse lugar fica no recém-inaugurado Extra, na Presidente Vargas.

Eu e Mario fomos no mesmo dia da descoberta. Para falar a verdade, quase no mesmo instante após terminarmos de ler a propaganda. Só esperamos anoitecer para não ficar muito chato. Os combos são os mais variados e o Star Chicken já é sucesso na praça de alimentação do hipermercado. Bombando. Mesmo sendo um casal apenas, pedimos a porção que seria suficiente para três (no cardápio vem discriminado quantos pedaços de frango vêm e para quantas pessoas eles imaginam que seria o suficiente). Pedimos para três tamanha era a nossa abstinência de frango frito para entupir as veias. Desde a morte do Chicken in nunca mais tínhamos nos refastelado de frango (coincidência ou não, o Chicken in ficava bem em frente ao Extra). Voltando à porção para três: R$ 19,90. Barato vai!

O frango estava bom, muito bom. Pedaços gigantes e de primeira. Nada de traquéias, como eu já encontrei por aí. Na porção mista de polentas e batatas, somente a batata deixou a desejar. Estava fria, meio velha. Conclusão: para quem gosta de frango frito e quer morrer com o colesterol lá no alto, o Star Chicken do Extra é o canal. Se você gosta, mas sua mulher ou seu marido não, dá para ir mesmo assim porque rola umas porções individuais e lá na praça de alimentação também tem o Kebbabe, o Giraffas e o maldito Mc Donald´s. Aí está a foto, para comprovar:






P.S: Antes de ir, postarei aos interessados sobre o fim da La Biela. Ou não.
P.S. 2: Para os que acessaram este blog porque esperavam textos sobre alguma outra coisa, aguardem mais um pouco que eles também virão. Assim como o frango, é preciso digerir.

Não é a casa da sogra, mas parece!

Dias antes da minha cirurgia no joelho descobri que precisava ir ao Detran o mais rápido possível e tentar resolver tudo num dia só, pois se esperasse a operação e a minha posterior recuperação, o documento venceria e eu estaria bem mais ferrada do que você possa imaginar. Fui à luta e preparada para o que desse e viesse.

O calor naquele dia era do Senegal - como se isso fosse muita novidade no sertão. Quando cheguei perto da porta de blindex do Detran reparei na quantidade de mãos que já tinham empurrado aquela porta em direção ao inferno. Um olhar um pouco mais atento e vi que a fila para retirar a senha, que te direcionaria para para outra fila tinha umas cinquenta pessoas. Respirei e fui. O ar condicionado estava ligado, mas com a quantidade de gente lá dentro era grande o número de pessoas que se abanavam e suavam. Me recuso a mencionar o cheiro de gente naquele ambiente. Que isso fique por conta da imaginação de vocês.

As pessoas falavam alto e reclamavam da demora, dos espertos que tentavam furar fila ao fingir conhecer um fulano qualquer que estava entre os dez primeiros e que nem no banheiro elas poderiam ir porque perderiam o lugar. Um idoso reclamava da falta de atendimento preferencial. Continuei tentando não me impressionar para não estressar. Meu lugar na fila era o de número 52, pelo o que pude contar. Eis que de repente surge um sujeito grande e largo, com cara de quem ocupa o mesmo posto público desde a adolescência, e bate palmas para chamar a atenção. Quando todos olham para ele, começa o show do portador da síndrome do porteiro de boate.

O tal funcionário do Detran começa a dar uma lição de moral naquele povaréu que aguardava por atendimento. Em alto e bom tom, o sujeito pede que as pessoas falem mais baixo, pois estavam atrapalhando o trabalho dos funcionários. Sem educação, o cara com camisa justa onde os botões estavam loucos para pular dali, pedia mais educação. Não me contive e gargalhei, sem acreditar que a multidão que ali suava estava tomando bronca de um desconhecido qualquer. Quando todos baixaram o tom de voz, ele olhou para a colega do lado e disse: esse povo tá pensando que aqui é a casa da sogra? Pode até não ser, pensei, mas que parece, parece.

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Jornalista. Ardida. Gosta de livros, música, Mafalda, São Jorge, sorvete, corrida e bicicleta. Canta sozinha na rua e conta helicópteros no céu.

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