Bastidores da reportagem sobre os estudantes da Barão de Mauá

Uma das garotas se destacava naquele plantão policial em pleno sábado de manhã. Loira e bem arrumada, não saía do celular e olhava feio para a imprensa. Outras como ela foram chegando ao longo da manhã. Eram as amigas dos estudantes de medicina da universidade Barão de Mauá, que estão sendo acusados de agredir e chamar de "negro" o senhor Geraldo Garcia, auxiliar de serviços gerais, enquanto ele ia para o trabalho de bicicleta. Já os três estudantes voltavam de uma festa. Garcia disse que os meninos, em um Fox preto, passaram por ele por volta das seis horas da manhã, reduziram a marcha do carro e com o tapete do carro enrolado lhe acertaram as costas e disseram "vai, seu negro." Garcia caiu da bicicleta e machucou as mãos, sem contar a humilhação. Os meninos bem que tentaram fugir, mas os seguranças de um posto de gasolina viram o que tinha acontecido, seguiram os estudantes e conseguiram fazer com que eles parassem o carro e lá ficassem, até a polícia chegar. "Vocês estão todos aqui só porque a gente tem dinheiro. Já vi coisas piores acontecerem e a imprensa não apareceu. Ridículos vocês aqui", disse àquela garota que olhava feio para a imprensa a cada cinco minutos. Isso sem contar o advogado dos rapazes (daqueles que ficam na delegacia esperando algo acontecer). O advogado, ao ser questionado por mim, se era ele quem estava defendendo os estudantes, respondeu de forma grosseira e alta: "Não, não, sou professor de filosofia. É óbvio que sou o advogado. Para perguntas ignorantes, respostas ignorantes. " Ainda sem entender o motivo da ignorância do advogado, lhe disse que pelo o que eu sabia ele nem era nem um advogado suficientemente conhecido para que as pessoas o reconhecessem pelas ruas. Nenhum Marcio Thomaz Bastos. Enquanto isso, as meninas iam e vinham com garrafas de coca-cola e salgadinhos para os detidos, que aguardavam para depor e depois serem transferidos para as celas da cadeia. Os últimos ítens trazidos foram lençois, utilizados para cobrir o rosto dos agressores para que eles não fossem reconhecidos pelas imprensa. A mais nervosa não saía do celular e não se cansava de repetir que o tio de um deles é juíz. Um dos parentes chegou de avião em Ribeirão para tirar o filho da cadeia.  A última informação é que a mãe de um deles encaminhou um email para o Movimento Negro de Ribeirão e se desculpou pelo filho. Os outros pais ainda não se manifestaram. Os meninos só ficaram 12 horas presos. As meninas continuam achando que coisas piores já aconteceram por aí e que só cobríamos o caso porque, como ela disse, têm dinheiro. É, pois é.

Uma vaga para estagiário: o mundo particular

Para um, Zelaya é traficante. Para outro, presidente do país cuja capital é Uribe (???). José Alencar foi deixado em branco pela maioria. O Muricy Ramalho ainda é o técnico do São Paulo. O Sarney é simplesmente "político" e, pasmem, o Gay Talese virou jogador de futebol. O que escrevo aqui são apenas alguns exemplos da resposta de um teste de conhecimentos gerais aplicados para a seleção de estagiários para preencher uma vaga, pasmem de novo, de jornalista. Todos os convocados para o teste estão no terceiro ano do curso, em Ribeirão Preto. Uma outra etapa do teste era escrever um texto, de dois parágrafos no máximo, com informações sobre o apagão. Informações com o que eles tinham lido em jornais ou na internet, assistido na televisão ou ouvido no rádio. Para uns, o apagão só aconteceu em São Paulo. Outros nem citaram Itaipu como a causa. Isso era para a gente saber se esses estudantes de jornalismo estão mesmo interessado na profissão que escolheram. A resposta é NÃO. Eles não leem, não ouvem e nem assistem. São alheios ao que acontece ao redor. Não estão preocupados com o mundo que eles vivem. Acredito que, para eles, apenas o mundo particular é importante. De dez testes, um foi consagrado com louvor e depois dele foi difícil escolher o segundo. Mais ou menos todo o resto ficou no mesmo patamar de ignorância do "conhecimentos gerais." Difícil escolher. E, não podemos culpar os professores. Isso é fruto de uma nova geração de adolescentes preocupada com futilidades. Uma amiga minha professora em uma faculdade de jornalismo pensa em pendurar as chuteiras porque diz não aguentar mais preparar aulas para uma turma que nem sabe o que está fazendo lá.

DVD Supertramp

O DVD do show do Supertramp em Madrid, gravado em 1988, é uma das poucas oportunidades que os fãs têm de ver e ouvir as melhores e mais populares músicas da banda britânica, num show mais do que animado, por um preço acessível. Encontrar um DVD de um show do Supertramp não é tarefa fácil. O que encontra-se são documentários. A gravação do show foi em comemoração aos 40 anos da TVE, a TV espanhola, e o elenco mais parece uma big band, com seus oito integrantes. Eu mesma não sabia que os vocais se revezavam entre uma música e outra ou até formando duetos e que são dois pianos, sem contar o saxofone. Supertramp, em Madri, R$ 24,90, na Saraiva. Imperdível. Quem não conhece o rock´n roll da banda ouça algumas músicas em http://www.lastfm.com.br/music/Supertramp.

Apostas no Brasileirão

Não gosto de apostas. Não gosto porque não gosto de perder. Sempre fui assim. Desde criança, quando tinha os campeonatos na escola ou na natação, sempre dava um jeito de não ir. Fugia mesmo. Dia desses comentei isso com os meus irmãos. Assistíamos um vídeo de quando um deles, o do meio, jogava tênis aos dez anos (hoje ele tem 33) e sempre jogava bravo e ficava nervoso com os erros... jogava a raquete no chão, xingava e minha mãe morria de vergonha. Quando fui brincar com ele sobre a braveza, meu irmão logo me respondeu: mas eu fui o único nessa casa que sempre teve coragem de competir. É verdade!!!!
Há quase um mês meu marido veio me perguntar se neste ano apostaríamos sobre quem seria o campeão do Brasileirão. No ano passado eu não apostei e agora ele insiste novamente. Com o vai-e-vem da briga para conseguir ficar ao menos no G4 pensei em apostar no São Paulo - apesar de não gostar desse time - porque ele é bom, fazer o que!!!.É que quando meu marido propôs a aposta o Palmeiras ainda estava na liderança, mas já começava a dar sinais da queda. Mas, como não gosto dessa brincadeira, resolvi ser sincera e logo lhe disse: "Não gosto de apostar." Pois deveria ter apostado porque acho que o São Paulo não vai amarelar, assim como aconteceu com o Palmeiras. Amarelou, pipocou, perdeu a liderança e agora está lá, tentando dar um jeito de se levantar... Acho que pelo menos ganharia umas boas cervejas. Mas, confesso, que se não for o Palmeiras, prefiro que seja o Flamengo. Prefiro os cariocas aos bambis.

Relatos de um sobrevivente do assalto ao carro-forte na Anhanguera

Moacyr Castro, meu amigo e jornalista, estava na hora do assalto. Leiam o texto. É impressionante

Assim na guerra como no céu


MOACYR CASTRO*

Só depois de conversar com o pessoal do “Correio Popular”, descobri que passei hora e cinco minutos a caminho do outro lado da vida, “velado” por gritos, choros, súplicas, ladainhas, disparos de fuzis e metralhadoras de bandidos e tiros dos revólveres capengas da polícia. Pareciam armas de brinquedo perto do arsenal da quadrilha que levou R$ 6,9 milhões de dois carros-fortes da Prosegur, em assalto na Anhanguera.

Eram seis e meia da tarde de quinta-feira. Seo Pedro, motorista da van Mercedes Benz que nos trazia de São Paulo com meia dúzia de passageiros, viu o trânsito devagar, quase parando, na altura do retorno e da pista que dá acesso à Usina São João de Araras.

-- É acidente – disse. E acabou de acontecer; olhe quanta gente correndo pra cá, em busca de socorro!

À nossa frente, um ônibus do Rápido Ribeirão Preto avançou pelo desvio e chegou ao alto da rampa. De repente, parou e embicou rumo ao canteiro central. Segundos antes, passou um Corola; ainda vi quando o motorista esticou o braço esquerdo para fora da janela, como se sinalizasse que iria voltar. Começaram os gritos dos passageiros. Um dos 15 assaltantes entrou no ônibus e tirou a chave do contato. Naquela posição, ele se tornou uma grande “parede” para bloquear o movimento da estrada e facilitar a ação e fuga da quadrilha.

“Meu exército de anjos da guarda agiu rápido e eu não fui atrás do ônibus, porque as pessoas em fuga, na verdade, não vinham atrás de socorro para alguma vítima do acidente”, disse seo Pedro, depois de passada a fuzilaria. Um homem gritava para nós:

-- Abaixem, não levantem a cabeça. É assalto num carro forte, tem tiroteio, um homem levou um tiro na boca. Seja o que Deus quiser!

(Então, esse homem que levou o tiro na boca deve ser aquele motorista do Corola que jogou o braço pra fora, pensei, já agachado.)

Explodiram um dos carros-fortes da Proseguir.

De repente, o barulho dos tiros se tornou mais forte. “Agora, a polícia chegou. Esses tiros são de revólveres da polícia. Ela, com revólver; eles, com metralhadoras!”, lamentou o motorista da van. Estávamos todos abaixados, espremidos, rezando. Atrás de mim, uma senhora alemã, mais de oitenta anos, esbravejava contra os bandidos, num sotaque típico de quem revela a fúria germânica, bastante conhecida nos filmes de guerra.

Num momento de silêncio, ergui a cabeça e vi um homem com as costas coladas na traseira de uma jamanta, que trazia um contêiner da Hamburg, do porto de Santos. Ele tentava se proteger. Por baixo da carroceria, um policial viu as pernas do que poderia ser um dos bandidos chegando sorrateiramente perto daquele homem apavorado. O soldado atirou, o assaltante correu, a bala zuniu no contêiner e fez aquele barulho que a gente ouve quando o tiro do mocinho acerta na pedra que esconde o bandido. O tiroteio recomeçou e desencadeou novo desespero.

Quase uma hora sob aquele tensão e a posição fetal acabaram com minha coluna. Os nervos de todos ali tinham ido embora, as orações já estavam embaralhadas. Seo Pedro esperou um bom tempo de silêncio para se levantar e decidir continuar a viagem. Percebeu que uma camionete dos assassinos fugira rumo aos canaviais da Usina São João.

Durante todo o tempo, uma jovem, no último banco, brincou com o filho de uns dois anos. Alheia a tudo. Seo Pedro ficou bravo:

-- Menina! Eu mandei você baixar a cabeça, deitar sobre essa criança e você ficou brincando com ela aí -- e sentada! Não viu o perigo!?

-- Ah seo Pedro! Isso pra mim não é nada! Eu moro no Líbano, o senhor se esqueceu?

A importância dos restaurantes

Dificilmente me atrevo a enfrentar a cozinha para preparar um bom almoço, nem mesmo aos finais de semana. Gosto mesmo é de comer em restaurantes. Desde que saí da casa dos meus pais, há dez anos, descobrir bons e baratos lugares para almoçar é uma das minhas tarefas favoritas. Não que eu não saiba cozinhar (na verdade sei, desde que tenha um livro de receitas ao meu lado com todas as medidas exatas de cada ingrediente), mas não tenho paciência para esperar o prato escolhido ficar pronto, o que pode demorar horas. Gosto só de fazer umas saladas diferentes e preparar uns sanduíches lights, que são práticos, rápidos e gostosos. Quando morava em Piracicaba e dividia a casa com mais um monte de mulheres minha tarefa na cozinha sempre se limitou a lavar a salada e, depois, a louça final. Repito: não que elas me excluíssem porque eu não sabia cozinhar, mas sim porque elas cozinhavam e até hoje cozinham muito, mas muito melhor e com muito mais habilidade, do que eu. Portanto, nunca me senti preterida por apenas lavar a salada. Acho que lavar a salada é, sim, uma tarefa tão importante quanto o resto do almoço. Ninguém quer encontrar um bicho verde em uma folha de alface, certo? Me lembro que fui comer em um restaurante,se é que se pode chamar de restaurante, mais do que mambembe em Campinas, perto do Correio Popular, onde trabalhava, e ao pegar a folha de alface encontrei uma larva. Chamei o gerente, se é que aquele senhor pode mesmo ser chamado de gerente, e disse: "Encontrei um bicho na minha salada". Ele, ao invés de me dar uma resposta digna, soltou uma gargalhada. Respondi: "Isso não é engraçado". E ele respondeu que nada podia fazer por mim, que a cozinheira não devia ter reparado na larva e blablabla... nunca mais voltei naquela biboca e me limitei a almoçar em uma padaria lá perto que era a única alternativa que tinha sem precisar pegar o carro.
Mas, voltando aos restaurantes, fui comer uma paella no Salamandra, típico restaurante espanhol aqui de Ribeirão Preto, no sábado. Enquanto eu e meu marido esperávamos pelo prato tentávamos nos refrescar com uma e depois duas e depois três garrafas de sangria. Enquanto isso, comecei a reparar nas pessoas ao meu redor e a feição delas de satisfação ao experimentar uma iguaria que era posta à mesa. Por isso gosto de restaurantes. Eles têm a capacidade de nos proporcionar um prazer inigualável em poucos minutos ou horas em que você está ali sentado. Até mesmo os self-services são capazes disso. Pretendo continuar a minha saga por restaurantes para sempre. Apesar de ter livros de receita por todas as gavetas da minha cozinha, não pretendo virar uma cozinheira de mão cheia. Fico com os restaurantes. E se alguém está se perguntando se não sinto falta de uma comida caseira, respondo que, quando sinto, posso me saciar quando vou à casa dos meus pais ou ainda na casa de boas e compreensivas amigas que sabem cozinhar como ninguém.

Um curta à la Godard

Com o filme Playing Tennis with Jean-Luc Godard, o cineasta ribeirão pretano Fernando Coimbra foi o vencedor do Concurso Olímpico de Curtas promovido pelo Museu Olímpico Internacional. Coimbra, que mora em São Paulo, representou o Brasil e superou produções da China, da Suíça e da Espanha e conquistou a vitória após votação unânime do júri. Além da premiação em dinheiro, o curta foi apresentado no Congresso Olímpico, em Copenhague, capital da Dinamarca, no começo de outubro.

Para chegar a final, foram duas etapas anteriores. Na primeira, cineastas dos quatro países participantes podiam mandar vídeos para a seleção. Dois de cada país foram escolhidos. Coimbra foi selecionado e disputou com o carioca Cavi Borges o direito de representar o Brasil. Ganhou e foi para a final, onde concorreu com China, Espanha e Suíça.

A homenagem do curta ao cineasta francês Jean-Luc Godard não poderia ter sido mais inusitada. O tema da última etapa foi anunciado pela organização quando todas as equipes estavam reunidas na Suíça, na cidade de Lausanne, onde se encontra o Museu Olímpico. Os cineastas tinham uma semana para filmar e mais uma para editar e entregar o material. O curta precisava mostrar como os esportes podem influenciar os jovens e ser uma janela para o mundo. “Na hora que me deram o tema, aquilo me derrubou porque achei que não conseguiria fazer”, disse Coimbra. O tempo era curto para pensar muito. Foi então que surgiu Godard, que desde a década de 80 mora na cidade de Rolle, a alguns quilômetros de onde as equipes estavam instaladas. “Quando chegamos na Suíça, no trajeto do aeroporto até a cidade de Lausanne, uma das pessoas da organização me falou que o Godard morava ali perto e que ele era fanático por tênis”, disse Coimbra. Surgiu, então a ideia vencedora.

O curta conta em cinco minutos a história de um adolescente nerd, que prefere ler Dostoiévski a praticar qualquer tipo de esporte e que tenta encontrar no tênis a saída para burlar sua aversão às modalidades coletivas. “Ele teve uma ideia muito esperta. Foi uma paródia dos filmes do Godard e ele ganhou por unanimidade”, disse Fernando Meirelles, um dos jurados do concurso.

‘Foi uma verdadeira aventura’

Homenagens à parte, Fernando Coimbra considera a ida até a Suíça uma verdadeira aventura. Como se não bastasse o pouco tempo que as equipes tinham para elaborar o curta, a recepção da organização no quesito infraestrutura não foi das melhores. Havia um ponto de internet para as quatro equipes. Wireless nem pensar. Telefone, então, era artigo de luxo. A saída era colocar créditos nos celulares dos desconhecidos que se tornaram mais chegados durante a estadia. Enquanto a equipe suíça montou um verdadeiro quartel general para a produção, a brasileira tinha apenas quatro integrantes. Até os suíços emprestaram um carro para os brasileiros. Afinal, eles tinham um caminhão inteiro só para eles. A intérprete da equipe virou produtora e emprestou o celular. O cineasta dirigiu, editou e virou maquinista de trilhos. Acostumado a se virar do avesso para fazer cinema, Coimbra recebeu a consagração do júri. O cineasta acredita que Godard não saiba da homenagem, mas Coimbra agradece a inspiração.

50 anos de Kind of Blue

Quando Jimmy Cobb chegou ao estúdio da Columbia Records para a primeira das duas sessões de gravação com Miles Davis, nem lhe passou pela cabeça a ideia de que estava a ponto de fazer história.


"Sempre gostei de gravar discos com Miles", comentou Cobb, que chegou ao estúdio antes dos outros músicos para montar sua bateria. "Nem me haviam dito que tipo de música gravaríamos", acrescentou. Cobb terminou gravando com um sexteto de grandes luminares do jazz um álbum que o lendário Quincy Jones (entre muitos outros) considera "uma das melhores gravações da história". Desde seu lançamento, em agosto de 1959, Kind of Blue tem sido um dos discos de jazz mais influentes e populares. Apenas nos Estados Unidos, vendeu quatro milhões de cópias.

Mas, em 1959, Cobb —único sobrevivente de um grupo que incluía os saxofonistas John Coltrane e Julian “Cannonball” Adderley, os pianistas Bill Evans e Wynton Kelly e o baixista Paul Chambers —pensou que se tratava de "mais uma sessão de gravação com Miles, como tantas outras". "Reinava um ambiente relaxado e os rapazes estavam todos à vontade", recorda Cobb, aos 80 anos, durante uma entrevista num restaurante de Manhattan. "Acho que isso era pelo talento, a música, o estúdio... Não sei qual é a fórmula para produzir momentos mágicos, mas foi isso o que aconteceu naqueles dois dias."

Para Quincy Jones, que em seus primeiros dias como trompetista, na década de 1950, foi muito influenciado pelo amigo Miles, Kind of Blue é o ápice de uma era dourada do jazz que começara no fim dos anos 40, com a revolução do bebop encabeçada por Charlie Parker e Dizzy Gillespie. O disco antecipou os novos sons que surgiriam nos anos 60. "É um disco que soa como se houvesse sido gravado ontem", impressiona-se.

Kind of Blue segue tendo um impacto enorme, que transcendeu o jazz e fascinou tanto roqueiros como os Allman Brothers e Carlos Santana como os compositores minimalistas Steve Reich e Philip Glass. "O gênio de Miles foi que pode manter uma qualidade criativa enorme e ao mesmo tempo fazer um trabalho de grande aceitação popular", assinala o pianista Chick Corea. (Leia texto completo na Gazeta de Ribeirão: http://www.gazetaderibeirao.com.br/)

Big Mac goela abaixo

Matéria da repórter Gabriela Yamada, publicada em setembro, na Gazeta de Ribeirão mostrou que uma sentença inédita em Ribeirão Preto condenou uma franquia da rede de fast-food McDonald's a indenizar em cerca de R$ 2 mil um ex-funcionário, cuja alimentação oferecida era baseada no cardápio da lanchonete. Para o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT 15º), autor da condenação, os lanches fast food não são adequados para compor a dieta básica de uma pessoa.

Como uma alternativa aos lanches, a rede deveria oferecer, mas não oferece, vale-alimentação para os seus funcionários, o que estaria em desacordo com a 9ª Convenção Coletiva de Trabalho do Comércio Hoteleiro, Restaurantes, Bares e Similares. O rapaz, que foi admitido em uma franquia da rede no RibeirãoShopping em dezembro de 2005, pediu demissão um ano e 11 meses depois.

Dia desses conversando com uma outra garota, que hoje não trabalha mais no Mac, mas quando tinha 15 anos era caixa do local, descobri que além de eles serem praticamente (já explico o praticamente) obrigados a comer o lanche do Mac, é tudo muito racionado. A garota me contou que podia comer um junior ou um double e que se quisesse um Big Mac ou um outro "Mac qualquer coisa" precisava trabalhar mais algumas horas no dia. Agora explico o praticamente: para fugir do lanche goela abaixo diariamente a única opção era levar comida de casa porque mesmo com uma hora de almoço eles não podiam sair para comer em outro local. Onze meses depois, ela pediu demissão, enjoada dos lanches e com alguns quilos a mais.

Diálogos num banco em greve

- Não tem envelope para depósito?

- Não! O banco está em greve

- Eu sei! Mas desde quando caixa eletrônico também entra em greve?

- Desde que precisa de um funcionário para recolher os envelopes

Começo a ter certeza de que quem responde é um bancário insatisfeito...

- Hum... Tudo bem que greve é um direito de vocês, mas barrar os serviços do caixa eletrônico já é muito, não é não?

- Não.

- É por isso que não trabalho para o governo. Sei que vou ter que estudar muito para passar em um concurso e para conseguir aumento vou ter que entrar em greve. Todo ano é a mesma coisa. Por isso trabalho para a iniciativa privada.

- É, tem razão. Mas você também não deve ganhar aumento fácil. E aposto que nem greve você faz

- É, tem razão. Mas pelo menos não precisei me afundar em apostilas para trabalhar no banco

- É, tem razão

A garota então pega sua bolsa e sai do banco e pergunta alto quando a greve vai acabar porque ela precisa mandar o dinheiro para a mãe dela, que só tem conta na Caixa Econômica Federal, lá no Maranhão.

Mal sabe a garota que a greve dos bancos acabou. Apenas a CEF de Ribeirão Preto é que decidiu pela manutenção da paralisação até as negociações esgotarem.

Tem texto meu na Piauí deste mês

Ribeirão tem carência de automobilismo

Antes de se candidatar à vida pública em Ribeirão Preto, Dárcy Vera adotou uma Kombi rosa como veículo oficial de campanha. Quando empossada prefeita, em 1º de janeiro, usava um vestido rosa. No primeiro ato como mandatária, plantou uma peroba - rosa - na praça Sete de Setembro, uma das mais movimentadas da cidade. E chegando ao gabinete, encheu-o de peças (rosas, claro), para mostrar que ali reinava uma mulher. Ela diz que o rosa é a cor da sorte, que representa o amor universal e o amor pelo povo. "É uma cor que me alimenta. Faz parte de mim, como uma marca."


No entanto, o mundo cor-de-rosa de Dárcy Vera tem se mostrado um tanto cinza. No último Desfile de 7 de Setembro, ao ver um exemplar raro de um Karmann Ghia vermelho, comentou com as autoridades presentes: "Imagine esse carro em rosa." Quem conhecesse a prefeita na intimidade sabia que a frase, aparentemente simples, carregava duas frustrações: quanto à cor e, principalmente, quanto ao carro.

Dárcy Vera tem se empenhado em provar que a cidade de 563 mil habitantes, no interior de São Paulo, pode mostrar ao mundo que é mais do que uma simples Califórnia brasileira, como é conhecida, em função de sua prosperidade. Dárcy começou discreta, tentando transferir para Ribeirão o jogo de estreia de Ronaldo pelo Corinthians. Falou com o presidente do Santo André, time rival, que prometeu pensar no assunto (mas não pensou). Como o esforço se mostrou infrutífero, a prefeita maquiou a derrota com uma bravata: faria de Ribeirão Preto uma subsede da Copa de 2014, funcionando como centro de treinamento para as seleções estrangeiras (mas por enquanto não fez).

Ao perceber que no campo das promessas políticas nem o céu era limite, Dárcy Vera se aventurou em devaneios maiores. Declarou que mudaria a rota do trem-bala a ser construído entre Rio e São Paulo, para que o traçado passasse por Ribeirão. E, dizendo querer transformar sua cidade em uma referência mundial, resolveu levar para lá uma etapa da Fórmula Indy. O fato de não haver um autódromo vem a ser um mero detalhe - ruas e avenidas estão aí para isso. Ribeirão Preto seria a Mônaco caipira.

Dárcy se empenhou com esmero. Primeiro, conseguiu apoio do piloto Hélio Castroneves, o brasileiro que é destaque na categoria. Depois, foi a Indianápolis, onde ocorre a disputa mais tradicional, para convidar os organizadores a visitar sua cidade. Proclamou aos quatro ventos que Ribeirão Preto merecia - e ganharia - a competição, por ser a capital brasileira do etanol, combustível usado desde 2007 pelas equipes da categoria. O representante da Formula Indy no Brasil, Carlos Gancia, esteve na cidade. O presidente da divisão comercial, Terry -Angstadt, também. O protocolo de intenções foi assinado e alguns ribeirão-pretanos acreditavam que teriam um circuito de rua.

E continuariam acreditando, não fosse a audácia do jornalista Téo José, especialista em corridas de carro, que postou em seu blog, no dia 24 de julho, que o Rio de Janeiro despontava como favorito a receber a disputa. Foram mais de 150 parágrafos e 78 comentários que descambaram em discussões e injúrias. Até a filha da prefeita entrou no bate-boca. "Estou torcendo para que a Fórmula Indy venha para Ribeirão. Será um grande acontecimento para a nossa cidade e com certeza um belo espetáculo para o Brasil. Além do clima agradável, a população é muito simpática", disse.

Para anunciar que Ribeirão estava fora, Dárcy Vera não discursou. Preferiu colocar uma nota em seu blog com fundo cor-de-rosa: "É com pesar que digo isso, pois acredito no sucesso do evento no Brasil e sempre achei que não existe melhor palco para divulgação do etanol como Ribeirão Preto. Continuo na luta." Enquanto a cidade lamenta a perda da Indy, a próxima investida já foi anunciada: o Campeonato Brasileiro de Stock Car. "Ribeirão tem uma carência de automobilismo", diz a prefeita.

Se nada der certo, a Fórmula 1 - mesmo sem carro rosa - estará aí para isso.

Segunda opinião

Há 15 dias não corro por ordens médicas. Desconfiada que a gravidade poderia ser muito mais amena do que minha dor mostrava, resolvi procurar um outro médico. O primeiro perguntou onde doía. "No joelho direito e no pé direito também." Aqui? "Isso, aí mesmo." É uma tendinite no joelho. A minha salvação, então, dependia de dez dias, ao menos, de repouso absoluto, três remédios diferentes três vezes por dia e, para completar, uma injeção, no jo-e-lho, para aliviar a dor. Um pouco desinformada no momento, resolvi me informar depois da injeção, mas já era tarde. Descobri que esse tipo de medicamento é aplicado em atletas de alta performance (àqueles que precisam disputar uma prova e aparecem com uma lesão) e mesmo almejando ser a Maria Zeferina, mas usando tênis e correndo nas ruas e não nos canaviais, estou longe de ser uma atleta de alta performance. Corro de 5 a 7 km, em 45 minutos e só. Estou podre depois disso e só penso em comer depois. Bom, desconfiada, decidi procurar outro médico, também especialista em medicina esportiva, mas também acupunturista. Nada de remédios, apenas maneirar no treino, algumas sessões de acupuntura e pronto. Estou liberada para voltar a correr por aí, desde que tenha parcimônia no treino. Entre outros pequenos problemas, o meu foi a falta de alongamento decente. Suspendi as medicações. Um freela que fiz para uma revista da Abril dia desses falava exatamente sobre a corrida, que muitos consideram ser o esporte que mais causa lesões. Mas como explicar que há ultramaratonistas que nunca sofreram nada? A verdade é que as vezes o condicionamento físico está excelente, mas os músculos ainda não. Foi o que aconteceu comigo. Muito coração e pouco músculo.

O guardador de carro

"Não quero ficar aqui não. Acho que amanhã vou embora. Tenho vergonha", diz M., 16, com o boné encravado na cabeça, sem dar a mínima importância para um dos quarteirões mais disputados e lucrativos da Avenida 9 de Julho, em Ribeirão Preto, quando o assunto é olhar o carro alheio. M. é sobrinho de outro guardador, que está com "algum problema de pulmão aí" e para não perder o ponto logo escalou o sobrinho para dominar o lugar e mostrar que ali continua tendo um dono. Na semana passada, era um outro garoto que vigiava o canteiro central, onde quem procura desesperadamente uma vaga para estacionar são os médicos e funcionários das clínicas ao redor e os pacientes, como não poderia deixar de ser. Médicos e funcionários costumam pagar mensalmente e o valor costuma variar de acordo com o, digamos, porte do carro. Os demais pagam quanto tem, mas também não possuem algumas regalias, como o direito de sair para almoçar e, na volta, encontrar a sua vaga demarcada com duas cadeiras e um guardador te esperando para te ajudar na baliza. M. diz que trabalhava num lava-rápido e lá, além do salário, dava gorjeta quem queria e não precisava sair correndo atrás de ninguém.

Vida de Escritor

Gay Talese assistiu ao final da copa feminina de futebol entre EUA e China, em 1999, pela televisão, enquanto a sua mulher estava trancada no andar de cima da casa cuidando da edição de livros de outros escritores, que não ele. O jogo foi para a prorrogação e depois para os pênaltis. As chinesas, consideradas as favoritas, perderam um pênalti e as americanas venceram. A matéria? Enquanto todos falavam da vitória das americanas, Talese lembrou de como a chinesa responsável pela derrota seria recebida em seu país de origem. Seria cobrada pelos seus pais? Alguém a esperaria no aeroporto? Pegou o avião e foi pra lá, sem entender muito bem porque estava tão preocupado com a tal chinesa, que praticamente se tornou sua musa, criada desde a infância para não envergonhar o seu país.
Confesso que sou um tanto quanto avessa ao tal do jornalismo literário. Gosto mesmo é de ir no lide. "Simples, assim", como diria um dos meus primeiros editores, quando ainda era uma foca lá no Jornal de Piracicaba. Mas, começo a acreditar que sempre tive uma visão conturbada sobre o que é jornalismo literário. Deve ser porque a maioria das pessoas que conheci e que se intitulam adeptas do "new jornalism" não tinha talento para a coisa. Quem não sabe escrever lide, não sabe fazer um bom texto, mas ainda assim há repórteres que acham que isso é possível. Então, caem no piegas, na redação de oitava série: "chovia ontem", "o sol refletia na água do mar", coisas desse tipo. Aí não dá!!!! Mas, lendo o Vida de Escritor, do Gay Talese, confesso que começo a enxergar de outra maneira. Não é o texto rebuscado, florido, que faz o jornalismo literário. É outra coisa. É preciso ter vocabulário, enxergar além, entender das coisas.

Entrevista com a prefeita

Dia desses fui entrevistar a prefeita Dárcy Vera para um freela. Eis que ela conta uma história engraçada, mas um tanto quanto típica, vindo dela. A história: Em fevereiro, durante o encontro do presidente Lula com os prefeitos do País, Dárcy subiu no palanque, onde apenas os mandatários das capitais tinham cadeira cativa, se apossou do assento reservado para o prefeito de Curitiba, Beto Richa, que ainda não tinha chegado e nem do mesmo partido que o dela é, e ao ser questionada qual capital representava, não pestanejou. “Sou prefeita da capital do Agronegócio.” Os organizadores do evento bem que tentaram tirá-la de lá, mas ela não desgrudou da cadeira e ficou  até conseguir falar com o presidente. “Cheguei, não vi o Beto Richa, peguei o papelzinho dele, embolei, coloquei na bolsa e sentei .O segurança disse que eu precisava sair porque estava causando constrangimento ao presidente e falei para ele que só sairia carregada na cadeira.” Foi a primeira vez que ela conseguiu falar com o presidente.

'The Most Popular Politician on Earth'

Esse é o título de uma matéria publicada na News Week desta semana. E o mais popular político da Terra, no caso é o nosso presidente Lula. A reportagem de nove parágrafos mostra como o presidente do Brasil conseguiu se tornar um dos nomes mais importantes da política mundial. Assinado pelo repórter Mac Margolis, o texto começa com a infância pobre do presidente, sua ida até Brasília, seu mau desempenho escolar, e como hoje ele é a estrela da Assembleia Geral das Nações Unidas. "That´s my man right there", disse Obama neste ano, em um outro encontro. A reportagem ainda trata sobre a crise, ponto forte para que Lula alcançasse o posto de estrela mundial, pois o Brasil conseguiu "superar" a crise melhor que a maioria das outras nações. Mas, outro ponto forte da reportagem é a dificuldade de Lula em fazer o sucessor e a falta de charme de Dilma, que a coloca bem distante do pódio para ocupar o cargo. Enquanto isso, aguentamos o governador do Estado de São Paulo, José Serra, no primeiro lugar do ranking. Sem nenhum nome muito pulsante na oposição, Serra ainda discute com Aécio para saber quem não vai, pois um é a outra opção do outro. Fumantes, preparai-vos: a primeira missão de Serra como presidente será mandar ao Congresso uma lei antifumo de abrangência nacional. Façam como meu marido e lancem a campanha: minha cozinha, meu buteco. Lá todos podem fumar.

Sobrinha de Peixe


Novidade na música. Já dizem por aí que Adriana Peixoto é a nova diva da MPB e o tio, Cauby, a compara com Elis Regina


“É do nível de uma Elis Regina.” O elogio foi feito para a cantora Adriana Peixoto pelo tio, o cantor popular da época áurea do rádio, também conhecido como o Elvis Presley brasileiro, Cauby Peixoto. Comparar a sobrinha com uma das maiores cantoras do País pode parecer um exagero. Mas Cauby não é desses que rasgam frases por aí sem ter um bom motivo. Há anos cantando pela noite, a carioca Adriana Peixoto, 34 anos, lançou o seu primeiro CD no ano passado e já estão dizendo por aí que ela é a nova diva da MPB —e não à toa: Adriana tem um certo jazz na voz, tem estilo, tem força.


De família tradicional no cenário musical —ela também é sobrinha do maestro Moacyr Peixoto; filha do pistonista Araken Peixoto; prima do sambista Dalmo Medeiros, do grupo MPB4; e sobrinha-neta do compositor e pianista Nonô, que acompanhava Noel Rosa e Carmen Miranda— Adriana atribui a mãe o gosto pela música. Isso porque enquanto o pai saía para tocar na noite, a mãe cantava para ela. “Era um livro azul com muito samba-canção e cantávamos até o meu pai chegar, lá pela uma da manhã. Eu falava para minha mãe: ‘canta aquela’, ‘canta mais uma.’”

Com o CD de estreia, que leva o seu nome e foi lançado pelo selo independente Studium Brasil, Adriana tem conquistado seu espaço como intérprete da música popular brasileira, onde extravasa maturidade e musicalidade. “Canto o que tem poesia. É onde me sinto à vontade.” O disco é curto, tem dez faixas, e inclui samba, balada romântica e samba-rock. São apenas três regravações. As outras sete músicas são de compositores consagrados, que lhe presentearam canções inéditas, como o primo Dalmo, Sueli Costa e Isolda.

“Quando descobri que ia gravar o CD liguei para o Dalmo, que me mandou umas músicas.” Fora ele, os demais compositores mandaram também e, no final, para quem não tinha nenhuma, eram quase 60 músicas para Adriana selecionar. Ficaram dez.

Na noite paulistana, Adriana já é sucesso, capaz de encher todos os sábados o Bar Brahma, onde está em turnê até o fim de julho. Depois, a cantora vai para o Rio de Janeiro, onde tocará pela primeira vez após o lançamento do CD. Se Ribeirão está nos planos? “Estou doida para ir para Ribeirão. Já falei para a minha assessora que precisamos ir para o interior de São Paulo”, disse.

Para quem acha que ela falou isso só para agradar os ribeirão-pretanos, esqueça: Adriana já morou em Santa Rita do Passa Quatro por dois anos e vinha sempre para Ribeirão tomar um chope gelado no Pinguim.
Vale ressaltar que antes de gravar o seu primeiro disco, Adriana cantou não só pelos bares noite afora: até supermercado já foi palco para ela.

Destaque do disco é dueto com o tio


Um momento especial do CD é o dueto que Adriana faz com Cauby em Altos e Baixos, de Sueli Costa e Aldir Blanc, gravada originalmente por Elis Regina, em 1979. Sem se intimidar na presença do “professor”, como é conhecido o tio, Adriana solta a voz e mostra toda a força de sua interpretação. Também de Sueli Costa é Elizeth, um samba inédito em homenagem à “divina” Elizeth Cardoso. E, por último, tem Na Batucada da Vida, de Ari Barroso/Luiz Peixoto, gravada originalmente por Carmen Miranda, na década de 30, e depois, também por Elis.

Cada uma das faixas surpreende pela sonoridade, que ganha contornos latino-americanos com os arranjos e a produção musical do pianista Yaniel Matos, um dos expoentes da música cubana.

Adriana disse que assim que avisou o tio que tinha sido convidada para gravar o CD, ele logo pediu para gravar uma, pelo menos uma, música com ela. “Ele até já sabia qual música que iria gravar comigo.”

Entre as influências de Adriana está Elis Regina, Ella Fitzgerald, Alcione, Jane Duboc, Fátima Guedes e Maria Bethânia

Por Maria Fernanda Ribeiro

Uma história da máfia


Acabei de terminar mais um livro do Mario Puzo, o mestre das histórias da máfia. Dessa vez li o Último Chefão, que conta a saga dos últimos mafiosos que viveram nos Estados Unidos e a influência deles em Las Vegas e Hollywood. O livro é bom, daqueles que a gente lê até de madrugada para acabar logo, mas nada que se compare ao Poderoso Chefão, no qual Don Corleone, interpretado por Marlon Brando no filme, é o chefe da família. Don Clericuzio não chega nem aos pés do Corleone.Começo agora a Vida de Escritor, do Gay Talese e depois leio mais algum sobre a máfia, desde que seja do Puzo, pois escritores mais modernos, como Roberto Saviano, autor de Gomorra, muitas vezes têm boas histórias nas mãos, mas raramente sabem escrever um bom livro.

Bla bla bla

A mídia virou inimiga das instituições públicas, diz Sarney. Não entendi, cara-pálida, e antes não era? Desde quando a mídia existe para passar a mão na cabeça dos nobres representantes do nosso País, que com o dinheiro público, mandam e desmandam, compram e vendem e ainda por cima tiram um sarro da nossa cara? A imprensa, sim, deve ressaltar o que há de bom, mas nos últimos tempos está difícil destacar uma mísera ação positiva. Supondo que eles não roubassem, não aprontassem das suas peripécias, já seria difícil destacar algo. Mas o que o Sarney sabe, mas é mais fácil fingir que não sabe, é que a imprensa existe para cobrar, para criticar, para mostrar o que ainda falta ser feito e sendo dinheiro público, então, nem se fala.

Enfim

Há tempos ensaio para ter um blog. Não sei exatamente ainda qual o motivo, mas descobrirei em breve. Acho que é para escrever o que tenho pensado sobre algumas coisas que acontecem por aí e que não posso publicar no jornal. Não pretendo falar da minha vida pessoal. Quero apenas escrever, o que não tenho feito muito nos últimos tempos depois que adquiri o burocrático cargo de pauteira. Escrever sobre música, cinema, futebol, fórmula 1, jornalismo, política, economia, viagem, causos e fatos. Vamos ver no que vai dar.

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Jornalista. Ardida. Gosta de livros, música, Mafalda, São Jorge, sorvete, corrida e bicicleta. Canta sozinha na rua e conta helicópteros no céu.

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