A volta do frango

Certamente esse será um dos meus últimos posts sobre os restaurantes de Ribeirão Preto. Não, isso não é triste. A partir de janeiro do ano que vem meus posts serão sobre as orgias gastronômicas que cometerei por Campinas e São Paulo (isso explico melhor em breve). Num dos meus últimos dias em Ribeirão (não, eu ainda não mudei. Estou só perambulando por aí) recebi a famigerada Revide na minha casa e, como sempre, fui direto para as páginas das dicas - pagas (e quem liga pra isso?) - dos restaurantes. Por incrível que pareça, tinha um lugar novo e quase chorei quando a palavra "chicken" pulou da revista diretamente para a minha visão. Sim, Star Chicken. Eu tinha acabado de encontrar um novo lugar para comer frangos fritos com polenta. E esse lugar fica no recém-inaugurado Extra, na Presidente Vargas.

Eu e Mario fomos no mesmo dia da descoberta. Para falar a verdade, quase no mesmo instante após terminarmos de ler a propaganda. Só esperamos anoitecer para não ficar muito chato. Os combos são os mais variados e o Star Chicken já é sucesso na praça de alimentação do hipermercado. Bombando. Mesmo sendo um casal apenas, pedimos a porção que seria suficiente para três (no cardápio vem discriminado quantos pedaços de frango vêm e para quantas pessoas eles imaginam que seria o suficiente). Pedimos para três tamanha era a nossa abstinência de frango frito para entupir as veias. Desde a morte do Chicken in nunca mais tínhamos nos refastelado de frango (coincidência ou não, o Chicken in ficava bem em frente ao Extra). Voltando à porção para três: R$ 19,90. Barato vai!

O frango estava bom, muito bom. Pedaços gigantes e de primeira. Nada de traquéias, como eu já encontrei por aí. Na porção mista de polentas e batatas, somente a batata deixou a desejar. Estava fria, meio velha. Conclusão: para quem gosta de frango frito e quer morrer com o colesterol lá no alto, o Star Chicken do Extra é o canal. Se você gosta, mas sua mulher ou seu marido não, dá para ir mesmo assim porque rola umas porções individuais e lá na praça de alimentação também tem o Kebbabe, o Giraffas e o maldito Mc Donald´s. Aí está a foto, para comprovar:






P.S: Antes de ir, postarei aos interessados sobre o fim da La Biela. Ou não.
P.S. 2: Para os que acessaram este blog porque esperavam textos sobre alguma outra coisa, aguardem mais um pouco que eles também virão. Assim como o frango, é preciso digerir.

Não é a casa da sogra, mas parece!

Dias antes da minha cirurgia no joelho descobri que precisava ir ao Detran o mais rápido possível e tentar resolver tudo num dia só, pois se esperasse a operação e a minha posterior recuperação, o documento venceria e eu estaria bem mais ferrada do que você possa imaginar. Fui à luta e preparada para o que desse e viesse.

O calor naquele dia era do Senegal - como se isso fosse muita novidade no sertão. Quando cheguei perto da porta de blindex do Detran reparei na quantidade de mãos que já tinham empurrado aquela porta em direção ao inferno. Um olhar um pouco mais atento e vi que a fila para retirar a senha, que te direcionaria para para outra fila tinha umas cinquenta pessoas. Respirei e fui. O ar condicionado estava ligado, mas com a quantidade de gente lá dentro era grande o número de pessoas que se abanavam e suavam. Me recuso a mencionar o cheiro de gente naquele ambiente. Que isso fique por conta da imaginação de vocês.

As pessoas falavam alto e reclamavam da demora, dos espertos que tentavam furar fila ao fingir conhecer um fulano qualquer que estava entre os dez primeiros e que nem no banheiro elas poderiam ir porque perderiam o lugar. Um idoso reclamava da falta de atendimento preferencial. Continuei tentando não me impressionar para não estressar. Meu lugar na fila era o de número 52, pelo o que pude contar. Eis que de repente surge um sujeito grande e largo, com cara de quem ocupa o mesmo posto público desde a adolescência, e bate palmas para chamar a atenção. Quando todos olham para ele, começa o show do portador da síndrome do porteiro de boate.

O tal funcionário do Detran começa a dar uma lição de moral naquele povaréu que aguardava por atendimento. Em alto e bom tom, o sujeito pede que as pessoas falem mais baixo, pois estavam atrapalhando o trabalho dos funcionários. Sem educação, o cara com camisa justa onde os botões estavam loucos para pular dali, pedia mais educação. Não me contive e gargalhei, sem acreditar que a multidão que ali suava estava tomando bronca de um desconhecido qualquer. Quando todos baixaram o tom de voz, ele olhou para a colega do lado e disse: esse povo tá pensando que aqui é a casa da sogra? Pode até não ser, pensei, mas que parece, parece.

Repórter é chamada pela polícia para negociar com assaltantes - não somos pagos para isso!

Na sexta-feira passada, em Ribeirão Preto, três assaltantes, um deles armado, fizeram uma família refém durante à noite. Os assaltantes renderam o casal quando entrava na garagem, com o carro. Dentro da casa estavam as duas filhas, uma delas tomando banho, que também foram rendidas. A polícia chegou ao local para negociar e eis que surge mais uma situação inusitada, dessas que só mesmo em Ribeirão Preto.

Os bandidos disseram que iriam se entregar somente com a presença da imprensa, afirmou o major, que pediu para que uma repórter da TV Record entrasse na casa, com colete a prova de balas, acompanhada de outros policiais. A repórter afirmou que conversou com eles, pediu para se acalamarem e garantiu que iria acompanhá-los até a delegacia, pois o medo deles era de levar um cacete da polícia após se entregarem. Segundo a repórter, a negociação foi tranquila, apesar de os assaltantes estarem aparentemente nervosos.


De acordo com o major, a calma dos reféns e a rapidez com a qual a polícia foi chamada foram fundamentais para que o assalto terminasse sem nenhuma consequência grave. "Ninguém da família tentou reagir, isso manteve os assaltantes calmos também. A intenção deles não era de tirar a vida de ninguém", afirmou.

Vamos ao que me intriga:

- Como um policial deixa uma repórter entrar em uma casa onde uma família é feita refém para negociar com os bandidos? Pelo que eu saiba, quem é pago para isso (para negociar e correr este risco) é a polícia.

- Mesmo com o colete à prova de balas, se dá uma merda, um tiro pode atingir a cabeça da repórter, que não é a prova de balas.

- Os policiais teriam argumentado que permitiram à repórter entrar na casa porque só havia uma arma, que já havia sido deixada em cima da mesa por um deles, e que eles estavam calmos. A minha pergunta: quem garante que só havia um revólver ou que eles não podiam transformar qualquer objeto numa arma branca?

- Será que o caso Eloá já não foi uma excelente prova que aceitar negociar com bandido colocando em risco outras pessoas pode não ser uma boa ideia?

- A sorte - da polícia, da família e da repórter - é que tudo terminou bem. Se o fim não tivesse sido esse, de quem seria a culpa. Da polícia?

Broto Burger - hamburgão de lamber os beiços e engordar quilos numa sentada

Fui desvendar mais um lugar de lanches até então somente conhecido por mim pelas saladas, mas delas eu falo depois. Hoje é dia de comida gorda. Uma das promoções do Peixe Urbano que recebi há algum tempo foi "64% de desconto em Hambúrguer + Porção de Fritas OU Onion Rings no Broto Burger & Salads (de R$36,30 por R$13)." Como peregrino por aí, comprei para experimentar.

Fui com Mario, meu marido e companheiro de todas as sagas gastronômicas e consumidor exigente. Bem mais exigente do que eu. É que como já disse eu tenho pensamento de pança e pança costuma apreciar mais as coisas. Por isso, caso eu dê alguma dica equivocada por aqui, por favor me corrijam. Voltamos ao que interessa: o sanduba.

Para começar, ele é gigante. E não estou exagerando. Podíamos escolher entre cinco opções de hambúrgueres gourmet feitos com carnes nobres: fraldinha, picanha, salmão, cordeiro ou soja. Pedi o de fraldinha com queijo chedar e cebola. Mario pediu um que vinha com picles. A garçonete é uma pirilampa, mas o atendimento é legal e o rango veio rápido. A diversidade também é ponto a favor e dá vontade de experimentar vários. Ponto negativo: não tinha a porção de onion rings por algum vacilo do fornecedor que procurei não ter muitos detalhes.

Avaliação do Mario: um dos melhores hamburgões da cidade (ganha do Zoe)

Minha avaliação: muito, muito bom, mas não sei se é o melhor da cidade. Não experimentei os sucos, mas eles tinham uma cara boa pelo o que pude observar na mesa alheia.

Me perguntaram: Melhor que o The Fifities? Eu respondi que sim e fui imediatamente reprimida com a argumentação de que isso é impossível. Então, não ousaria dizer que é melhor, mas diria que é páreo e o preço, que também interessa muito, é bem mais camarada. Sem a promoção do Peixe Urbano, o sanduba sai em média por justos R$ 17. Os pão-duros ou pães-duros (?) de plantão devem estar achando muito, mas é justo, tanto pela carne quanto pelo tamanho.

O Broto´s Burguer fica na Avenida Wladimir Meirelles Ferreira, 1900 (é aquela galeria nova, que alguns preferem chamar de Mall da Fiusa) que abriu faz pouco tempo. Mas o lugar fecha às 22h. Almoçar lá também é uma boa ideia, pois tem pratos executivos (outro dia posto sobre isso aqui).

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Esse foi o do Mario, ainda mais gigante


Esse foi o meu, com cheddar e fraldinha



Em tempo

Joyce Cury, leitora assídua deste blog e seguidora das minhas dicas tem ressalvas a fazer

- A primeira é que ela foi no Zoe, a hamburgueria, e disse que saiu de lá muito estressada por causa do atendimento. Demorou para ser atendida e a comida demorou para chegar. Eu disse no post  http://nossocortico.blogspot.com/2010/10/zoe-uma-nova-hamburgueria.html que o garçom era muito Zé.


- A segunda é que ela foi na Pizza Cook, do Santa Úrsula e que abriu recentemente http://nossocortico.blogspot.com/2010/11/vaievem-da-comilanca.html. Gostou da pizza, mas teve um problema de leve com o atendimento. Ela pediu para tirar o presunto da pizza e os caras esqueceram. Para quem não come carne de porco, isso pode ser a morte.

É ou não é o fim do mundo?

Há uma semana, aqui em Ribeirão Preto, um caminhão sem freio bateu em um carro e matou um bebê de seis meses, às oito horas da manhã, em uma movimentada avenida. A irmã do bebê, de quatro anos, também foi parar no hospital. Durante o acidente, enquanto todos eram socorridos, furtaram a bolsa da mãe de dentro do carro.

Com a bolsa foram levados, além de documentos pessoais, a Certidão de Nascimento do bebê, o que impede a emissão do Atestado de Óbito da criança. A polícia afirmou que durante a aglomeração que se formou no local do acidente, alguém aproveitou para levar os objetos que estavam dentro do veículo.


Segundo a delegada do 4º DP Sílvia Elisa Ruivo Valério Mendosa, em casos como esse é difícil encontrar os objetos. “É um furto de autoria desconhecida. Quem estiver com essa bolsa é que deve colocar a mão na consciência e devolver ao menos os documentos”, disse a delegada.

Como se não bastasse a dor dessa mãe em perder o filho, ela não pode nem amargar o luto, pois precisa correr com toda a burocracia para conseguir o atestado de óbito do bebê. É ou não é o fim do mundo?

Ronaldo não sabe da cerveja em promoção

- R$ 144 senhora

- Moça, mas o preço da cerveja está errado. Ela esté em promoção.

- Será que não é a cerveja de garrafa verde que está na promoção?

- Que?

- A não, a de garrafa verde é a Stella Artois e essa é Estrella Garcia.  Desculpa, senhora, me enganei.

- ...

- Ronaldo, vai checar se essa cerveja está na promoção porque a moça disse que está

- Tem dois preços diferentes. Numa prateleira está R$ 3,29 e na que fica junto com as carnes está R$ 2,29 tá Ronaldo?

1 minuto depois, volta Ronaldo

- É R$ 3,29 mesmo senhora. Não tá na promoção não

- Mas você checou na prateleira das carnes, Ronaldo?

- É esse o preço, senhora.

- Posso confirmar a conta, senhora?

- Pode.

Passei o cartão de débito. Encostei o carrinho e fui na prateleira da cerveja que fica com as carnes. A etiqueta vermelha "R$ 2,29" brilhou. Roubei a etiqueta. Passei pelo Ronaldo e só entreguei a etiqueta para ele.

- Rosineide, faça o estorno para a moça.

- Obrigada, Ronaldo.

Feijoada do Stream: boa, boa, boa!

Aqui em Ribeirão Preto, já comi feijoada no Paddock, quando eles serviam aos sábados, e na Recra. Sei que também tem no Engenho da Cerveja, mas lá nunca comi e não faço ideia de como seja o esquema. Neste final de semana, resolvi experimentar a feijoada do Stream. Acompanhada dos pais e do marido, nos atiramos no mundo do feijão preto e a experiência foi das melhores.

Para não ser pega de surpresa na hora de pagar a conta, decidi ligar antes para saber o preço por cabeça: R$ 35. Esse valor lhe dá o direito as entradas, mesa de saladas, feijoada e sobremesa. Entenda-se por entrada a "mesa da baiana", onde é servido caldinho de feijão, acarajé e torresmo antes mesmo de entrar no salão do restaurante. A salada também é bem sortida, mas considero um desperdício preencher parte da sua fome com saladas antes de mandar ver numa pratada de feijoada.

Os ingredientes da feijoada ficam todos separados e tem tudo o que você possa imaginar: da tradicional calabresa, carne seca e paio, para os mais simplistas, ao rabo, orelha, pé e língua para os mais abusados. Tem também lombo e costela, banana milanesa e frita, abacaxi, laranja. Enfim, tudo o que uma feijoada de verdade tem para oferecer. De sobremesa: sorvete com cobertura de amora, merengue, pudim, brigadeirão e mais uns docinhos caseiros. Dos quatro integrantes da minha mesa, todos aprovaram a feijoada. Isso sem contar o ambiente, que também é bem agradável. Entre a feijoada da Recra e a do Stream, fico com a segunda opção.

Mamão de sobremesa!

No livro Vida de Escritor, do Gay Talese, tem um capítulo interessante dedicado aos restaurantes. Talese conta que gosta muito de comer fora e da sua mesa presta muita atenção na conversa da mesa alheia. Depois de ler isso, reparei que sou assim. Sempre. Sozinha ou acompanhada. No buteco, na padaria ou no restaurante. Sim, eu presto atenção na conversa e no movimento dos outros enquanto almoço ou janto ou belisco qualquer coisa. O mais interessante disso é que muitas vezes você apenas supõe o que pode estar acontecendo e diálogos são criados na sua mente.

E, a última conversa que me chamou a atenção, foi no último domingo, na Picanha Fatiada. Enquanto meu rodízio ainda acontecia reparei que a mulher sentada duas mesas distantes da minha decidiu pedir uma sobremesa. O marido (acho que é marido) pediu um café. A filha (acho que é filha deles) pediu um petit gateau e a mulher pediu um mamão. Um mamão. Como ela estava longe de mim eu tinha quase certeza que era um mamão, mas por acreditar que ninguém pede um mamão de sobremesa num restaurante, deixei pra lá.

O suposto marido fez um sinal com a mão, como se tivesse jogando mel em cima de alguma coisa, de forma imaginária. Interpretei que ele sugeria algo para colocar em cima do mamão. Mas, de longe, ouvi ele dizendo para o garçom que podia trazer a tal coisa porque "ficava muito melhor." Criei, então, a cena na minha cabeça: ela pediu um creme de mamão papaya e ele aconselhou que bom mesmo seria com cassis.

Eis que chega o mamão. Sim, era um mamão. Desses que a gente come no café da manhã, mas nunca como sobremesa num restaurante. E na sequência o garçom trouxe limão. Era mamão com limão. Ela comeu e balançou a cabeça como que concordando com ele sobre a sugestão. Então, ele disse: "Não falei?"

Caí no mundo virtual

Quando o Orkut surgiu eu fui uma das últimas entre as minhas amigas a participar e quando recebi o convite para entrar não fazia a mínima ideia do que se tratava. Me inscrevi e pirei. Não queria sair do Orkut, me inscrevi em várias comunidades e inclui na minha lista de amigos até aqueles que quando a gente tromba fora do mundo virtual finge que não conhece ou dá um oizinho escondido. De uns tempos pra cá, eu abandonei total o Orkut e já nem respondia mais os recados.

Quando o Twitter apareceu e a febre começou, eu me recusei a participar. No começo, eu também não sabia do que se tratava. "Como assim as pessoas te seguem no mundo virtual?", eu perguntava aos mais íntimos. Hoje eu já sei como funciona, mas como acho que ele vai ocupar muito o meu tempo porque eu sou sem noção, continuo firme na resistência. Por esse motivo também não tenho videogame.

Sem Twitter, decidi criar um blog - esse mesmo - e no começo eu escrevia pouco, mas agora eu me preocupo mais com ele. Quando o Nosso Cortiço nasceu, eu não sabia nem como escolher um layout e precisei da ajuda dos universitários. Hoje o blog está aí e sou só um pouco sem noção com ele. Na verdade, tudo piorou bem desde que o tal do Blogger decidiu nos proporcionar a tal das "estatísticas." É difícil driblar a curiosidade e fingir que não quer saber de onde vem e quando são os seus acessos.

Até o mês retrasado, também não tinha Skype. Resolvi criar uma conta porque o meu pai disse que era mais fácil e barato para conversarmos. Mas esse não pegou muito, não. Quase não uso. Mas está lá, instalado no computador caso alguém precise falar comigo by Skype. Também criei uma conta do Google só para usar o serviço de mensagem instantânea dele. Sim, eu tenho MSN também, mas alguns amigos só usam o do Google. No total, tenho quatro contas de email, incluindo a do trabalho.

Em uma entrevista para um freela, descobri que sou quase uma analfabeta virtual. A entrevistada não parava de me falar em Linkedin e um tal de painel Livra, que funciona como uma rede virtual para pesquisa de mercado e opinião. Quando essa mulher citou o Linkedin me recordei na hora dos inúmeros convites desprezados e jogados na lixeira. Desliguei o telefone e fui me informar.

Após me informar, descobri que muitos dos meus amigos de profissão já estavam no Linkedin e me senti, mais uma vez, uma analfabeta virtual. Só por despeito, me inscrevi nessa rede de relacionamento profissional e também na tal da Livra, onde você responde pesquisas e concorre a prêmios, que vão de iPhones a laptops. Há 15 dias um outro convite chegou até mim: o Mundo de Opiniões. É o mesmo esquema da Livra. E lá estou eu, inscritíssima.

Na semana passada, me peguei aceitando um convite do Facebook. Há um bom tempo ouço falar "ah, essa foto vai para o Facebook", mas nunca tinha tido curiosidade de saber mais nada até que duas amigas ficaram me aloprando para entrar. Antes de aceitar, fiz um monte de perguntas sobre a diferença entre o Orkut e o Facebook. Para matar a curiosidade, só fazendo parte da rede social. Lá estou eu fissurada com as descobertas e lutando comigo mesma para passar menos tempo em frente ao computador. Acho que o Twitter eu ainda resisto por mais um bom tempo. Ou não.

Vocês conhecem o Bolado´s Sucos?

Para quem não conhece, o Bolado´s é uma rede de comidas saudáveis que existe há 25 anos. A primeira loja fica na Rua Pamplona, no Jardim Paulista, em São Paulo, mas já há cinco delas espalhadas por aí, sendo que a única fora da Capital é a que foi inaugurada em Ribeirão Preto há uns dois anos, no Centro.

Pelo menos para mim, que só fui conhecer o lugar porque um dia passei na frente e vi as várias opções de sucos, o lugar era totalmente desconhecido, mas virei uma frequentadora eventual do Bolado´s e descobri que a rede já foi eleito pela Veja mais de uma vez com o melhor suco. Mas resolvi falar da lanchonete hoje porque pela manhã decidi tomar meu café da manhã lá. Pedi um pão com queijo minas na chapa e um suco de uma fruta estranha do cerrado que confesso não lembrar o nome, mas foi indicação do dono e eu gostei. De quebra, ainda levei uma salada de fruta para viagem e tudo ficou em R$ 11. Para completar, paguei com VR. Também tem várias opções de lanchinhos light e saladas com preços muito camaradas.

O Bolado´s entrega, mas o sistema de delivery dele é bem caseiro: a pé ou de bicicleta. Portanto o disk só funciona para quem está no Centro ou nos arredores. Se estiver passando por lá, vale dar uma passada. Em uma cidade onde sucos naturais é raridade, pode ser uma boa exceção. Mas se você não gosta de comidas saudáveis, passe longe. A gordura trans não pertence a este lugar.

Segue o cardápio com telefone de entrega: http://www.boladossucos.com.br/cardapio_ribeirao1.html


Comida de hospital: experiência inusitada na Letônia

Essa notícia eu copiei do blog da Biba (http://comigonaviagem.blogspot.com/), editora do caderno de Turismo do Correio Popular, de Campinas

A informação é meio nojenta, mas vale como curiosidade gastronômica, que é a proposta deste blog. Em Riga, capital da Letônia, existe um restaurante temático baseado em um hospital.  Os clientes comem em quartos (como se fossem) de hospitais, ao lado de mesas cirúrgicas, cadeiras ginecológicas, com bisturis, seringas e tomam cerveja em recipientes coletores.


O objetivo do restaurante é proporcionar uma experiência inusitada para os turistas, que são recebidos por uma equipe vestida de branco como se fossem enfermeiros, médicos, farmacêuticos. O nome é Hospitalis.
 
Nesse vídeo tem uma demonstração de mais ou menos como as coisas funcionam depois de você ter passado pela porta principal do restaurante. http://www.youtube.com/watch?v=IezLZs14Oj8
 

Lounge do restaurante

O prato aí é para aparentar pedaços de corpo (dedos, coração etc) e se come com a seringa e o bisturi mesmo.

 
 
 
 


Bar do restaurante
Garçonete vestida de enfermeira (ela dá comidinha na boca dos esfomeados!)

Passaredo, tremei!

A Webjet começa a operar em dezembro no aeroporto Leite Lopes, de Ribeirão Preto, e os preços são para deixar a concorrência mais do que preocupada. Como meu destino de avião costuma ser quase que exclusivamente o Rio de Janeiro, foram os valores de ida e volta que primeiro pesquisei. As passagens, pasmem, variam de R$ 49 a R$ 69 por passageiro, se comprada antecipadamente, e tem dois voos por dia, um pela manhã e outro à noite.

Os preços da Passaredo, que também tem voo direto para o Rio, já eram tentadores. Fui para lá no feriado de 12 de outubro e paguei R$ 129 a ida e R$ 149 a volta. Como a data era concorrida, comprei uns dois meses antes e quem deixou para comprar em cima da hora pagou quase o triplo do valor. Em julho também fui para o Rio e entre a ida, a volta gastei R$ 229 com a taxa de embarque incluída.

Tanto pela Webjet quanto pela Passaredo, os voos são diretos. O voo pela Passaredo, num jato da Embraer, demora menos de uma hora. Me lembro que partiu do aeroporto às 6h40 e às 8h30 eu já fazia o checkin no hotel. Pela Webjet o avião disponível será um boeing.  Acho que a Webjet vai ganhar da Passaredo no valor e na forma de pagamento, pois a novata vai dividir em até seis vezes no cartão, enquanto a Passaredo só divide em três.

Gol e Tam, que também têm o Rio como destino, mas é preciso fazer escala em São Paulo, nem vou comentar o preço e muito menos o tempo gasto porque não há um ser normal neste mundo que prefira pagar o valor das passagens dessas companhias, que chegam a ser o triplo quase. Partindo de Ribeirão, Webjet também terá voos para Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Brasília e Curitiba.

Mas se você ainda é daqueles que se preocupam com o que será servido na rápida uma hora de voo pode começar a se preparar para a decepção. Goiabinha e água é o que lhe resta. Para mim, isso não interessa. Quero mais é chegar nos lugares rapidinho e por preço acessível, que é o que me resta. E se os valores oferecidos pela Webjet não for apenas fogo de palha, é bom a Passaredo começar a pensar em diminuir ainda mais o valor das suas passagens. Concorrência é tudo.

Brastemp Gourmet em Ribeirão Preto

A Brastemp, em parceria com a Casa Claudia, traz pela primeira vez para Ribeirão Preto uma edição da Brastemp Gourmet. Funciona assim: chefs de cozinha de toda a região servem de inspiração para arquitetos criarem ambientes gastronômicos. Cada arquiteto deve projetar seu ambiente tendo um chef e suas peculiaridades como referência. O evento acontece desde 2006 e já foi realizado em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador e Recife.

A mostra, que será realizada no RibeirãoShopping, começa no dia 4 de novembro, quinta-feira, e terá 27 chefs participantes. Além da visitação, também será possível inscrever-se em cursos rápidos de gastronomia, que vão de entradas a sobremesas, como tomate recheado com bacalhau a paella e brownies. Tem coisa para caramba. São cerca de três cursos por dia até 28 de novembro. Dá vontade de fazer todos. É tudo de graça. Quem tiver interesse, acesse o site http://www.bgourmet-ribeirao.com.br/ e devore.

Vaiêvem da comilança



  - Abriu o Pizza Cook do Santa Úrsula. Não é franquia e é a primeira unidade do estabelecimento. O sistema é de pizzas brotos. Melhor, a pizza é do tamanho do prato. A massa é bem fininha, mas não tem jeitão de pizza frita, podem ficar tranquilos. Fui lá ontem para conferir e aprovei. Não são muitos sabores, são mais os básicos: mussarela, marguerita, peperoni, portuguesa, calabresa e a da casa. O preço é camarada: vai de R$ 7,90 a R$ 14,90 a pizza. Fica pronto rapidinho e o dono está lá, presente, para garantir que tudo vá bem. Na minha opinião, vale a pena ir.

Essa é a de Marguerita (ok, a foto está péssima, mas dá para ter uma noção do tamanho)


- Agora tem Chopp Time também no edifício Spasse, na Maurílio Biagi. Tem chope Baden Baden e abre para o almoço e para o jantar. Dica: Tome um chope Black e, se gostar, mande ver no joelho de porco. Se exagerar no chope, a conta vai ficar cara, fato. Também não vou entrar no mérito das pessoas que frequentam o lugar. A comida é boa e o chope é bom e não tem música sertaneja.

- O Giraffas vai inaugurar uma nova unidade no Extra, na Presidente Vargas. Vai ser o quinto restaurante da rede em Ribeirão Preto. Eu gosto dos pratos executivos de lá. E agora eles também trabalham com carnes mais nobres. Os lanches nem vou comentar porque são insossos e muito, mas muito pequenos. Não dá nem para o cheiro. As saladas também são bacanas. O problema é que os caras regulam no tempero e se você pede mais eles são capazes de cobrar. No geral, o preço é bem razoável e quebra um galhão para quem não tem o privilégio de ir almoçar em casa, como eu.




  

O Rio de Janeiro de bicicleta é imperdível

A repórter da Gazeta Gabriela Yamada vai para o Rio de Janeiro no final de novembro. Aproveito a oportunidade para dar uma dica, que na minha opinião é imperdível. A Prefeitura do Rio tem o sistema de aluguel de bicicletas. Por R$ 10 você pega uma bike em algum dos 20 pontos espalhados pelos mais belos lugares da cidade. Esse preço lhe dá o direito de ficar com a bicicleta 24 horas.

Sou uma frequentadora assídua do Rio de Janeiro e nunca tinha saído por aí de bicicleta até o meu irmão, que mora lá, me garantir que isso era uma das melhores coisas a serem feitas por um turista. Estava hospedada em Copacabana e aluguei lá mesmo, num ponto perto do Arpoador. Fui do Leme ao Leblon pela orla e depois fui até a Lagoa Rodrigo de Freitas e pedalei por todo o entorno. Depois voltei para Copacabana e devolvi a bicicleta no mesmo ponto, mas você pode devolver em qualquer um dos pontos da cidade. A cidade é munida de ciclovia e os carros costumam respeitar os ciclistas.

O sistema de aluguel é simples e eficiente. Vá para um dos pontos munido de um celular (com crédito) e um cartão de crédito. Toda a transação será feita pelo celular. Não há funcionários no local para te ajudar, mas basta ler as instruções com cuidado que vai dar certo. Se eu consegui, todo mundo consegue. A bicicleta também é bacana: estilo conforto, tem cestinha, pezinho (necessário quando você decide parar para tomar uma água de coco), buzina (acredite, você vai precisar) e algumas marchas (não 21, mas o necessário) e são bem conservadas.

O meu irmão tinha razão: depois de tantas idas ao Rio descobri que pedalar pela cidade traz uma sensação inexplicável de prazer e não vejo a hora de voltar para lá para fazer isso de novo e por mais tempo.


P.S: Aproveite que você está no Rio, vá até o Mercado Humaitá, em Botafogo, e almoce ou jante no Rota 66, um restaurante especializado em comida mexicana e texana. Já que está lá, peça uma cerveja Helada (mitchelada) com um combo tex-mex e coma até passar mal. É de chorar!

Rabada será substituída por feijoada no Engenho da Cerveja

Como não sou a única deste blog que vive para comer, essa informação é colaboração de um amigo, que junto com outro amigo queria muito comer uma rabada. Lembraram do Engenho da Cerveja, que aos sábados servia a iguaria. No entanto, há algum tempo, o restaurante trocou a rabada pela feijoada. Os dois amigos decidiram ligar no restaurante para saber quando poderiam se esbaldar novamente. E a resposta não foi das mais animadoras para a dupla.

Segue a informação que recebi: segundo uma das proprietárias, a volta do prato no cardápio é desejo da casa, mas a direção ainda vai avaliar custos e refazer alguns cálculos. Quando estiver tudo definido, a data será divulgada em cartazes na frente do estabelecimento e em um "veículo de comunicação de grande circulação". Essa parte é um adendo do meu amigo indignado, que aproveitou o fim da rabada para fazer uma crítica velada a Ribeirão Preto: "O restaurante trocou a rabada pela feijoada no menu durante os meses de inverno com a desculpa de que, no friozinho, a feijoada caía melhor. É que, como sabemos, o inverno em Ribeirão é mesmo muito rigoroso..."

The Fifities delivery

Começou hoje o sistema delivery do The Fifities para toda a cidade de Ribeirão Preto. A taxa de entrega é de R$ 6 e funciona das 11h30 às 22h30, todos os dias. Forma de pagamento: dinheiro e cartões de crédito Visa, Mastercard, Dinners e Credicard, cartões de débito Redeshop (?) e os tíquetes Ticket Restaurante, Vale Refeição, Cheque cardápio, Smart, Sodex. Quero ver quem é que tem coragem de pagar com os créditos do suado VR. Um lanche e mais uma cebola engordurada e todo o seu ticket foi para o saco.

O Fifities promete agilidade com o delivery. Esperamos que não seja a agilidade já comprovada por muitos da unidade do RibeirãoShopping. Quando fui lá, uns dois meses depois de inaugurado, o sistema era lento, os garçons viajavam e se você dá o azar de pegar uma das mesas do canto, meu amigo, pode esquecer porque os funcionários jamais irão saber da sua existência. Nem com muita reza brava.

Caso eles percebam que você está lá, é bem provável que o seu pedido demore muito para chegar e se não vier nada trocado levante as mãos para o céu. Oremos para que o delivery funcione de forma eficiente. Eu acho que não vou testar, mas fica aí a dica.

O mexicano voltou! Viva México!

O Viva México, o único restaurante mexicano dessa bendita cidade vai reabrir as portas. Era a ele que eu me referia em vários outros posts aqui no blog e que lamentei de forma indescritível o seu fechamento.
O Viva México fica no Boulevard, na Marcondes Salgado 1.541. O dono do local, Osmar, se não me engano, contou que o lugar precisou ser fechado por falta de mão de obra decente para preparar todas as delícias mexicanas.

Não sei muito dos detalhes, ainda, porque conversei com ele rapidinho na frente do restaurante mesmo, mas ele já adiantou que vai abrir todos os dias, a partir das 19h e em novembro vai abrir também para o almoço e garantiu que quem já gostava da comida antes vai gostar ainda mais agora. Aceita todos os cartões de débito e o de crédito ele ainda está agilizando.

Se entendi direito, tem um cozinheiro ou algum outro funcionário do Barbacoa trabalhando com ele e todos os demais foram treinados em São Paulo, onde já existe outro Viva México, na Vila Madalena (http://www.vivamexico.com.br/)

Com certeza estarei lá muito em breve para conferir tudo, dos mojitos aos burritos, e conto se continua a valer a pena. Pois é, minhas preces foram atendidas. Viva México.

O Gordão vai voltar

Para quem não sabe onde tomar um Moranja e comer um turbinado ou o lanche de cheddar com molho inglês ou ainda ingerir mil calorias de uma só vez com um milk shake de ovomaltine em plena madrugada após o Gordão, na Nove de Julho, ter abandonado seus clientes na calada da noite, uma boa notícia: parece que ele não fechou para sempre e sim está em "obras para melhor atendê-los."

Não há nada na porta que confirme o que escrevo e muito menos nenhum sinal de que o local está em obras ou será reformado, mas foi o que ouvi de uma atendente de Campínas. Portanto, panças de plantão, animem-se, sua camada de gordura não ficará sem os nutrientes necessários. Assim que tiver mais novidades, avisarei.

* Aproveito o post para anunciar uma outra novidade: o Yogoberry do Santa Úrsula foi, enfim, inaugurado. Assim como os outros não tem mirtilos, mas tá valendo mesmo assim.

Compartilhem o resultado do meu primeiro pão


Como meu amigo Neto Guido já comentou, este blog está mesmo com cara de um blog de gastronomia, pois a maioria dos posts é sobre comida. Como gosto mesmo deste assunto e invisto boa parte do meu salário com restaurantes e supermercados, Gastronomia, qualquer tipo, será a minha prioridade por aqui. Mas, não se espantem se encontrarem algum desabafo em forma de texto, pois eles continuarão a existir.

Neste post, quero compartilhar com vocês o desastre que foi a minha primeira tentativa com a máquina de fazer pão, da marca Mallory. Após meses, talvez anos, ensaiando a compra - ouvi os prós e os contras de muitas pessoas antes de passar o meu cartão de crédito para a aquisição - encontrei uma boa promoção e mandei ver, já sabendo que mesmo a máquina fazendo tudo sozinha, não seria fácil sair de lá um pão quentinho, saboroso, leve e igual daqueles que a gente encontra na padaria.

Com certeza, eu tive boa parcela de culpa na catástrofe. Errei na temperatura da água e na quantidade da farinha. Sei disso. Foi a primeira vez que usava a máquina e, confesso, também a minha primeira vez tentando fazer um pão. Vou comprar uma balança para nunca mais colocar farinha a mais ou a menos. Os pães que vieram na sequência até que estavam comíveis, mas nada muito espetacular. Mas já vale pela sensação de ter um pão caseiro em casa para comer a hora que for.  Já pedi umas dicas para quem tem a máquina e sabe bem como deixá-lo do jeito ideal. Assim vou melhorando a cada tentativa. Da primeira vez, o resultado foi parar no lixo após quatro longas horas de espera. Ficou cru, sobrou farinha, não cresceu. Ri.

Duets: Não vale o quanto pesa

Desde que o Duets, em Ribeirão Preto, implantou o sistema self service ensaio para ir almoçar lá. O restaurante contratou João Roberto, um renomado chefe desta digna cidade, para ser o coordenador dos menus diários. João Roberto era o proprietário do La Pyramide, um restaurante francês, com poucas mesas, conhecido também por assaltar os seus clientes na saída.

Após assistir a uma propaganda do Duets, na qual João Roberto mostrava que dobradinhas e rabadas seriam adicionadas ao cardápido, decidi mesmo que precisava ir até lá. Não por mim, pois passa longe do meu paladar essas comidas extravagantes. Mas o meu marido simplesmente adora (são as comidas que ele mais gosta na vida) e faz verdadeiras sagas pelas cidades onde passa para descobrir quais são os restaurantes que servem os melhores pratos. Somamos aqui também a moela e o ossobuco. Eu só olho.

Enfim, decidimos encarar o Duets num domingão, mais espeficicamente hoje. Vamos ao preço, que é o que interessa: R$ 52 por pessoa, sem incluir as bebidas. Pelo preço e pelo renomado chefe tinha certeza que iria comer até dizer chega. Engano meu. Mario, meu marido, começou pela dobradinha. Não gostou, achou adocicada e com gosto acentuado de cenoura. Sem tempero. "Já comi muitas muito melhores", reclamou o consumidor exigente de dobradinha.

Dirigiu-se, então, até o refratário da rabada. Ao colocar a comida no prato, já veio a primeira reclamação: não era rabada, era ragú, pois a carne estava desfiada. "Deve ser para ninguém comer com a mão", concluiu. O gosto de cenoura era o mesmo da dobradinha. Avaliação geral: faltou tempero ou alguma coisa mais marcante, que poderia ser a pimenta ou um vinho. Eu, como não entendo nada disso, só estou repassando a mensagem.

Sobre o que eu comi: um peixe "Dourado" que estava muito bom. Um risoto de limão siciliano que estava ruim. É sério. Estava seco e sem gosto. Um talharine verde com molho branco: nada de mais. Qualquer macarrão que a minha mãe faça é muito melhor. De sobremesa, docinhos caseiros. E só.

Definitivamente, não vale o quanto pesa. Só volto lá se for para comer hambúrguer. Nisso sim a casa é especialista. A conta é salgada, mas na comida falta tempero. Nada contra o chefe, que deve ser bom mesmo porque ele é o queridinho das revistas de grastronomia. Das revistas de Ribeirão, só para ficar claro. Não sei qual a aceitação dele no resto do mundo. Mas a mim, não agradou. Como não haverá próxima vez, deixa pra lá.

Seis meses sem fumar: ainda não é o fim dos pesadelos noturnos

Seis meses se foram desde que decidi parar de fumar. Nenhum trago desde então. No último sonho que tive, fumava sem culpa e com prazer. Foi diferente dos outros sonhos, quando um simples trago era motivo de peso na consciência. Dessa última vez, estava numa festa quando decidi pegar um cigarro sentar sozinha em uma mesa redonda que ficava dentro da cozinha e fumar, fumar, fumar. Só lembro de ter sentido no sonho a fumaça entrando pelos meus pulmões e ter gostado disso. O interessante foi que ninguém da festa me criticou por eu estar quebrando os seis meses de jejum.

Quando acordei, me lembrei que a cabelereira da minha mãe, a Lia, me disse certa vez que após ter decidido parar de fumar foram necessários dez anos (sim, senhores, dez anos) para que ela nunca mais sentisse nenhuma vontadinha de dar um trago. Dez a-nos para que ela se sentisse como se nunca tivesse fumado na vida. Fiquei branca na hora por pensar que ainda tenho nove anos e meio pela frente. Veremos.

Zoe, uma nova hamburgueria

Como não gosto de ser portadora apenas de más notícias, vou anunciar uma hamburgueria nova em Ribeirão Preto, a Zoe. Descubri o lugar quando decidi passar pela última vez na frente do Chicken in só para ter certeza de que tinha mesmo fechado para sempre e não temporariamente. Ainda tinha a ilusão que ele podia estar em reformas ou em fechamento por luto. Já tem lá uma nova placa e o frango cedeu lugar à Cabana Verde, que ainda está em obras.

No caminho, passei em frente a Zoe, que ainda não tinha sido inaugurada, mas já estava com jeitão de estar tudo pronto. Decidi voltar lá ontem. O lugar tem uns lanches diferentes, como com carne seca e salsicha ou frango com hambúrguer, mas também tem os tradicionais sandubas. O preço é bem camarada e dá para escolher qual o tipo de carne - tem picanha, churrasco, lombo, hambúrguer normal, de frango e aquela super picanha premium, mais conhecida como hamburgão. Para os vegetarianos, várias opções com hambúrguer de soja.

O lanche foi servido rapidamente. Mas, como em todo lugar nessa bendita cidade, o que deixa a desejar é o serviço, nesse caso, o do garçom, que é Zé. Totalmente Zé. Pedimos uma Heineken e ele disse que não trabalhava com essa marca. Dissemos que estava no cardápido. E tinha Heineken. Pedimos uma batata individual e ele disse que essa opção só acompanhava os pratos executivos. Dissemos que constava como opcional na sessão de lanches. "Ah, é", ele respondeu. Checou nossos lanches três vezes para ter certeza que tinha anotado certo. Ele deve saber que é Zé. Ponto positivo para ele. Antes de fazer o meu pedido, tinha perguntado sobre os laches vegetarianos, mas ele me disse que ainda não estavam servindo.

Quando estava indo embora perguntei ao dono quando poderia voltar para comer os hambúrgueres de soja e ele disse que já estavam servindo. Enfim, Ribeirão ganhou mais um lugar para comer sandubas por um preço bacana e não a facada no peito do The Fifities, que numa sentada já se foram cem paus e os garçons também deixam muito a desejar. O dono disse que também terá macarrão ao vivo, em breve.

Ah, a Zoe ou o Zoe fica na rua Paulo Tinoco, mas é só descer aquela rua do posto BR, da Presidente Vargas, que vai para o Irajá. Fica um quarteirão da avenida. E tenham paciência com o garçom. Vai valer a pena

Um som incômodo durante o almoço

Eu juro que evitava ao máximo escrever sobre ela. Talvez em respeito à idade. É, deve ser isso. Não queria fazer críticas nem piadas de uma senhora que deve ter mais de 70 anos. Pelo menos é o quanto ela aparenta ter. Mas ao esbarrar com ela hoje novamente, não pude deixar de recordar aquele dia.

Quando ela me surpreendeu com aquele som, em pleno horário de almoço, tentei não me incomodar. No começo, não sabia de onde vinha o barulho, mas quando procurei e olhei para esta senhora cujo nome eu desconheço, logo entendi que era dela.

Continuei meu almoço, mas já não suportava mais e o barulho conseguia prender mais a minha atenção do que o Video Show. Olhava para ela, imaginando que com um olhar seria possível que ela entendesse a minha insatisfação de estar sentada ao lado dela, naquele dia, naquele horário, naquele restaurante. Não adiantou.

Mudei de mesa. Ainda tinha mais da metade da comida no meu prato e queria muito terminar meu almoço em paz. Mas, não era possível!, o barulho ultrapassava todas as barreiras e chegava aos meus ouvidos como uma avalanche: ssssggghh, tststs, tststs. Continuei a me concentrar no meu prato e no Vídeo Show quando, de novo, chegava tststststs, ssggghhh.

Durante os 25 minutos que demorei para terminar o meu bife com salada de alface, aquela senhora palitou os dentes. Com afinco. Quando um palito quebrava ou ficava gasto, ela não pestanejava em pegar um zero no paliteiro. Então, a senhora se levantou e foi embora. Respirei aliviada. Quando eu decidi ir embora e me dirigi ao caixa, aquela senhora aguardava no café. Qual não foi minha surpresa quando olhei para a carteira dela, que estava em cima da mesa, e me deparei com quatro palitos de dentes, intactos, que ela deveria estar levando para a casa. Deve ser uma espécie de compulsão, pensei.

Hoje, ao chegar ao restaurante dei de cara com a mesma senhora, sentada na mesma mesa. Procurei o lugar mais distante possível, pois para o meu desespero ela já tinha terminado de almoçar e, em breve, começaria a a sua sessão de palitar os dentes. Por sorte, a senhora preferiu guardar alguns palitos na bolsa e fazer isso em casa. Almocei em paz.

Um blog sobre comidas, o Teste Cego

Só uma dica: acessem o novo blog do Luis Manzoli, o http://testecego.blogspot.com/.

De uma ideia sensacional, surgiu o blog espetacular. O cara simplesmente compra produtos de marcas diferentes, coloca uma venda nos olhos e experimenta um por um e depois faz uma avaliação completa. Algo parecido com aquele teste cego da Kaiser. Na verdade, a ideia veio desta propaganda e tudo começou com testes de cervejas. E, sem saber qual cerveja estava tomando, optou pela Itaipava como a melhor. Vai saber. Isso é teste cego!

Leiam. Para o bem da saúde e gula de vocês.

É pura gastronomia.

Dona Serafina sabe mais que o Houaiss

Dona Serafina é uma leitora muito exigente. Como assinante do jornal, ela não suporta ver um erro sequer. Basta aparecer uma letra invertida ou um erro de digitação para a dona Serafina ligar. E dona Serafina fica sempre muito brava e indignada com os deslizes. Ela questiona se os jornalistas não sabem ler ou escrever, se ainda não descobriram que existe corretor ortográfico no Word e se não é possível a contratação de um revisor. Depois disso, desliga o telefone na cara, mas não sem antes ameaçar que irá cancelar a assinatura.

Mas, faz tempo que dona Serafina não aparece. O último telefonema dela era para dizer que tinha uma chamada errada na capa, pois "estrato social" jamais poderia ser com "s". "Pelo amor de Deus, nem precisei verificar para saber que é com 'x'. Como jornalistas que são deveriam ter um dicionário ao lado. É o mínimo", esbravejou dona Serafina, como mais um ser humano que decidiu que entende tudo de jornalismo.

Mas, como sempre atendeu a todos com muito bom-humor e paciência, a atendente decidiu procurar no dicionário, com a dona Serafina esperando do outro lado da linha, qual era a grafia correta da palavra que tanto perturbava aquela velha senhora. Pelo contexto, era mesmo com "s" e dona Serafina ficou desapontada por não estar certa desta vez e mesmo a atendente tendo lhe explicado que a definição era segundo o dicionário Houaiss, já com a nova regra gramatical, dona Serafina desligou o telefone na cara da atendente, mas não sem antes dizer: "Duvido!"

Chicken in, mexicano, Pizza Cone, Snacks. O que eles têm em comum?

Todos eles fecharam as portas de uma hora para a outra. E todos eles eramrestaurantes que eu gostava de frequentar, seja no Disk, passando para buscar ou comendo lá mesmo. Cada vez que descubro que não frequentarei mais um lugar que gosto, isso realmente me causa um certo tipo de tristeza.
O mexicano, por exemplo, me lembro dele a cada 15 dias, que é mais ou menos o tempo de eu ter vontade de comer um burrito, um tapa, uma guacamole e me embebedar com vários mujitos refrescantes. E o meu desejo é sempre acompanhado do lamento de não existir nessa cidade um bendito lugar para comer uma comida mexicana que se preze. Nem que não se preze tem. Era o único lugar. Já era. Para falar a verdade nem me lembro do nome, só sei que era lá no Boulevard e que era uma delícia. Para compensar, qualquer cidade que vou que tenha um mexicano, estou eu lá no restaurante para jantar. Em Campinas tem vários, em Ubatuba tem o Taco Surf, que é de mais, e até no Outlet da rodovia Bandeirantes tem um. E se alguém conhece algum aqui em Ribeirão, por favor, me diga já. Vale qualquer lugar que tenha pelo menos um tipo dessa comida picante.
Do Snacks eu já falei aqui. O Pizza Cone eu bem que ia de vez em quando quando saía do jornal. Lugar para ficar pouco: comer e zarpar, mas era interessante essa pizza em forma de cone. Fechou. A última tristeza foi a descoberta do fechamento repentino do Chiken in, que eu ia quase todas as quartas-feiras. É que quarta é dia jogo de futebol na televisão e ia lá com o meu marido buscar um franguinho para tomar com cerveja. Fe-chou. Já tentei um outro, lá na Avenida 13 de Maio, mas não chega nem aos pés. Alguém conhece algum outro ou vou ter que ir para Sertãozinho comer um Chicken in? Porque lá tem um, em Bebedouro tem um, mas aqui fechou.
Enquanto isso, os restaurantes japoneses proliferam como coelhos. Por que será que ribeirão-pretano não gosta das mesmas coisas que eu? Nada contra os japas e suas comidas cruas, mas por que tantos? Será que é por que é chique? Ribeirão-pretanto a-do-ra uma coisa chique...

Baixaria na estreia no Cinépolis

Estreia nacional do Nosso Lar. Sexta-feira. 20h. Sala 2 do Cinépolis, cinema do shopping Santa Úrsula. Eu realmente esperava por esse dia porque nem sempre me empolgo o suficiente com estreias para ir logo no primeiro dia. Nesse eu fui. Consegui sair a tempo do trabalho e fui a passos largos.

Logo de cara, o atraso de quase 15 minutos para o filme começar já me deixou com a pulga atrás da orelha. Pensei: "Aí tem." Mas o filme começou e, apesar das tiazonas que comentavam sem parar os trechos mais emocionantes (para elas e não para mim) e da menina do meu lado que não parava de mandar mensagens pelo celular, tudo parecia correr bem até os 90 minutos.

De repente a imagem ficou de ponta cabeça, aí voltou ao normal e pifou de vez. Uma atendente avisou: "Estamos com um probleminha, mas já vamos resolver. Desculpa aê." 15 minutos se passaram e um outro atendente, dessa vez com cara de gerente, veio e deu o mesmo recado, mas sem o "desculpa aê." Mais cinco minutos e uma outra atendente também com cara de gerente veio e nos avisou da notícia que já era esperada pela maioria: "Não tem conserto."

As 50 pessoas que ocupavam a sala tinham três alternativas: pegar o seu dinheiro de volta, ganhar um bilhete cortesia ou assistir o filme em outra sala (detalhe: já tinhamos assistido uma hora e meia de filme e nesta outra sala tinha começado há meia hora). Fiquei com a primeira opção.

Antes de ir embora, perguntei para a atendente com cara de gerente o que tinha acontecido e ela me respondeu que foi problema num tal de distribuidor. Pelo o que entendi, não é o responsável pela distribuição dos filmes, mas uma peça na fita. Sei lá. Só sei que o que eu não esperava do Cinépolis está se consolidando: ele está adquirindo os mesmos defeitos dos outros dois cinemas de Ribeirão.

Não digo que não volto nunca mais porque o lugar é do lado da minha casa e vou dar mais um voto de confiança. Mas o que eu ouvi de "não piso mais aqui" não deu para contar nos dedos. A minha dúvida agora é se encaro de novo 90 minutos de filme para descobrir o final ou se espero sair em DVD.

Quatro meses sem fumar e os pesadelos noturnos

Quem nessa vida já fez regime já passou pela situação degradante de sonhar que está devorando como um animal algum prato de comida. No meu caso, sonhava que tomava escondida atrás da porta do meu quarto escuro um pode de sorvete de dois litros de chocolate. E no sonho eu pensava: "Estou de regime. Não deveria estar tomando isso." Mas continuava tomando sem parar aquele bendito e delicioso sorvete proibido para a minha realidade.

Com o cigarro não é diferente. Exatamente há quatro meses sem dar um trago num cigarro, já sonhei duas vezes que fumava. Lembro direitinho do primeiro sonho: Estava num posto de gasolina lá em Piracicaba, na começo da rodovia Luiz de Queiróz, e eu ainda tinha o meu Celtinha branco (o meu primeiro carro em 2004). Tinha acontecido alguma coisa no sonho que eu só lembro de estar bem nervosa. Entrei na loja de conveniência comprei um maço de Marlboro vermelho e comecei a fumar sentada no banco do carro.

No entanto, a sensação era a mesma do pote de sorvete. Eu não deveria estar fumando. Afinal, tinha parado de fumar. Neste primeiro sonho, apaguei o cigarro e me arrependi por ter dado dois ou três tragos nele e ter estragado o meu primeiro mês sem cigarro.

Há 15 dias voltei a sonhar que fumava. Confesso que não me lembro detalhes deste sonho, mas era de novo um Marlboro vermelho e fumei durante toda a noite. Me lembro que, de novo, no sonho eu pensava que não devia estar fazendo aquilo, pois já tinha ficado quatro meses sem fumar. Mas, diferente do primeiro sonho, como eu já tinha estragado tudo com o primeiro trago, decidi fumar sem parar. E fumei um cigarro atrás do outro. Só no sonho.

A vida sem o Ipod

Desde que roubaram meu iPod na academia não tenho mais vontade de correr

Eram 2.274 músicas

Algumas que eram impossíveis de serem ouvidas numa corrida

Outras, muito pelo contrário

Preciso de outro iPod com a mesma capacidade

O mundo é dos Panças

Como uma pessoa que já nasceu praticamente obesa e nunca soube na vida o que é usar roupa tamanho "P", sempre precisei me preocupar com a alimentação e exercícios. Quando ainda não sabia cuidar de mim mesma era minha mãe quem fazia isso.

Era adoçante, pão sem miolo, leite desnatado e sorvete só de fruta. Uma tortura para uma criança, mas me tornei uma adulta com uma alimentação chata, mas saudável. Hoje realmente gosto de saladas, frutas e carne magra, mas meu pensamento ainda é de uma pessoa gorda. Também não gosto de exercício, mas pratico. Fazer o que? É por isso que sempre digo: "Eu sou gorda, mas no momento não estou gorda." Basta um deslize para ver o que é bom.

Como uma pessoa gorda que tenta não estar gorda estou sempre a procura de coisas lights, diets e naturebas. Mas tá foda. Dia desses, no Carrefour, não tinha uma infeliz de uma marca de suco light. Juro! Pensei: "Estão querendo deixar todos panças." Fui embora sem o suco. Não vou cair nessa.

Fui almoçar no Subway no dia seguinte e a lanchonete com seu conceito de comida saudável e sem gorduras também está se deixando levar para o Mundo dos Panças. A pergunta "Cookies ou chips para formar o combo por um real senhora?" não existe mais. O combo existe, mas ficou mais caro. Tudo isso porque a batata não é mais a pequena e sim a média e, pasmem!, não vem mais um cookie e sim dois. Quem, em sã consciência, pode querer comer dois cookies de sobremesa? Nem eu que tenho pensamento gordo sou capaz disso. Se estiver com uma companhia ainda vá lá, mas se não... Isso sem contar que água não entra no combo e se você pede um refrigerante a atendente te alopra para levar o de 500 ml por não sei mais quantos centavos.

No mesmo dia à noite fui ao Pão de Açúcar para comprar leite, aquele Nescau Light de caixinha, para levar no trabalho. Meu, não tinha nada light desse tipo para comprar. E suco, só o de Pêssego. Olhei para o lado e dois gordinhos faziam a festa com comidas gordas no carrinho. Não quero fazer parte dos panças a dominar o mundo, será que dá?

Snack´s agora é Olavo Restaurante

O Snack´s fechou suas portas depois de alguns meses da inauguração. Nesta semana reabriu como Olavo Restaurante. Os donos são os mesmos e o ambiente mudou pouco. Só algumas paredes pintadas, uma ou outra decoração diferente e toalhas de mesa, que se não me engano antes não tinha, e só.

A comida agora é por quilo e custa R$ 26,90. Um preço bom quando comparado com outros restaurantes por quilo pelos arredores da Avenida 9 de Julho. Eu já fui ao local duas vezes e gostei da comida. Eles preparam umas coisas diferentes e apesar de não ter a mesma variedade de um Tempero Brasileiro ou de um Classe A tem para todos os gostos. Agora também tem manobrista gratuito porque não tem lugar para estacionar lá perto. Não é mais o Snacks e não tem mais os Smoothies que eu adorava, mas vale e muito como mais uma opção de restaurante para quem precisa almoçar rapidinho e voltar para trabalhar.

Espero, sinceramente, que dessa vez o lugar vá para frente e que os donos - que estão sempre presentes no local - tenham paciência para esperar o retorno financeiro chegar. Pelo menos nos dois dias que frequentei, a movimentação parecia boa.

De novo, o síndico

Um dia cheguei em casa louca para descarregar as compras e o carrinho do supermercado não estava na garagem, onde ele deveria estar. Interfonei para o porteiro e ele me orientou a subir na outra garagem e pegar o carrinho de lá. Na opinião dele, o carrinho que deveria estar na minha garagem provavelmente estava parado em algum andar, onde deveria morar um morador bem folgado e sem pernas que não devolvia o acessório para o seu devido lugar. Morar em prédio é isso.
Durante a semana seguinte não sosseguei enquanto não vi pregado no elevador um recado de que era proibido pegar o carrinho e não devolver imediatamente e que o filho-da-puta que fizesse isso estaria sujeito a multa. Ficou lá o papel pregado uma semana.
Tudo ia muito bem quando de repente estou na cozinha de casa e ouço o meu vizinho, no caso o síndico, abrindo a porta e pelo som parecia que ele estava largando o carrinho lá no corredor para a coitada da faxineira levar de volta para ele no dia seguinte. Espiei pelo olho mágico e era isso mesmo. Porque ele não tem perna para devolver, só pode ser. Pensei: hãham, então é ele, a pessoa que deveria dar o exemplo, que não devolve o carrinho. Não fiz nada. Só emiti o comentário com o meu marido que estava comigo na cozinha: "Puta cara folgado."
Bom, hoje chego com o carro lotado do supermercado e, bingo!, o carrinho não estava lá. Subo na outra garagem para pegar o carrinho de lá. Inspiro, expiro, Inspiro, expiro, para não estressar. Quando desço no meu andar pelo elevador de serviço descubro onde está o bendito carrinho. Foi o síndico ou a mulher dele ou alguém da casa dele que usou o filho-da-puta do carrinho e não de-vol-veu.
Continuei o meu trabalho de relaxamento e toquei a campainha do síndico. A mulher dele atendeu. Com um sorriso quase verdadeiro no rosto, inicio o diálogo:
- Oi, vizinha, digo
- Oi, responde ela com uma cara de assustada acho que imaginando o que eu estava fazendo lá
- Estou descendo para devolver o meu carrinho, quer que eu devolva o seu também?
- Eu já ia devolver. É que acabei de chegar do sacolão (ou cenourão ou varejão, não me lembro)
- Eu devolvo para você. É que tive que subir na outra garagem para poder usar o carrinho e logo imaginei que o outro estivesse aqui. Melhor devolver né?
- É. Obrigada, Fernanda
- De nada.
Desci os dois carrinhos. Deixei cada um no seu respectivo lugar e voltei para o meu apartamento para terminar de guardar as minhas compras.

O rei da cidade 'Quemmandaaquisoueu'

Era uma vez um homem muito importante. Bom, na verdade ele era muito importante porque ele achava que era, se comportava como tal e queria que todos também pensassem assim. É fato que alguns gostariam de ser como ele, mas ele não é assim um homem de tão grande valor moral como acha que é. Tudo bem que ele é dono de um patrimônio que todo mundo pensa ser incontável. Ele tem carros importados, segurança e está sempre de terno com cabelo penteado para trás. Igual todo grande-homem-rico-empresário gosta de se vestir. Os ternos são personalizados e ele não se preocupa com multas na estrada ou se o local é ou não para fumantes. Como todo homem que se acha importante, ele acredita que pode tudo.
Para pessoas como ele, não há nada melhor nessa vida do que os almoços por R$ 300 o prato, poder pagar pelos vinhos mais caros - mesmo que a bebida não seja das melhores - e, o mais importante: ser paparicado. Todo grande-homem-rico-empresário gosta mesmo é de atenção. E puxa-sacos, para caras como esse, é o que não faltam. Mas, mesmo com tudo isso, uma pedra apareceria no caminho desse grande-homem-rico. Para muitos isso não poderia ser considerado um obstáculo, mas para este homem isso foi a morte, um horror, um absurdo. O sinal de que, mesmo com todo o império construído por ele, ainda havia gente nesse mundo que esquecia daquele tão importante homem. Que tipo de gente seria essa? Que tipo de gente não enviaria um convite para a casa desse tão importante homem? Gente que não considera ele tão importante, só pode ser. Ou, então, o que dói mais, gente que se considera mais importante do que ele. Para este homem, a ausência de um convite em cima da mesa de mármore dele para comparecer a badalada festa num hotel chiquérrimo onde só a fina-flor da cidade "Quemmandaaquisoueu" foi convidada, foi um verdadeiro desprestígio. Um absurdo tão grande que ele e a família promoveram uma vingança. Usaram todo o seu poder para tentar acabar com o glamour da festa e tentaram com telefonemas que todos os convidados não comparecessem. Mas a festa foi um sucesso, mesmo sem a presença deles.

Para quem gosta de Tim Maia

Comprei, por acaso, o CD do Tim Maia in Concert. É um show dele com a banda Vitória Régia e também com uma orquestra sinfônica, gravado no Rio de Janeiro, em 1989. Foi a melhor coisa do Tim Maia que já ouvi na vida. Paguei R$ 12,90 no disco. Ontem comprei o DVD do show por R$ 19,90 na Saraiva. Apesar de ser o mesmo show, o DVD tem coisas que foram cortadas no CD e vice-versa. Quem gosta, já compra os dois de uma só vez porque não há nenhuma chance de se arrepender. Muito pelo contrário. É diversão na certa. Tim Maia está animadíssimo. A orquestra é muito boa e a seleção das músicas é das melhores.

Sobre a imprensa de órgãos públicos

- Quem disse que você poderia acompanhar a reunião?

Essa pergunta foi feita pela assessora da Transerp para uma repórter da Gazeta que tentava acompanhar a reunião do Conselho Municipal de Transporte Coletivo Urbano com aTranserp (órgão responsável pelo trânsito e transporte da cidade) sobre o aumento nas tarifas de ônibus em Ribeirão Preto.

Vamos esclarecer as coisas: conselhos municipais existem para aproximar a população de todos os assuntos que acontecem na cidade. Portanto, toda e qualquer reunião de qualquer conselho (patrimônio, saúde, transporte, etc) são abertas para quem quiser participar e o jornalista é um elemento a mais para aproximar o cidadão comum das decisões políticas de uma cidade. E a possibilidade de uma tarifa passar dos R$ 2,30 para R$ 2,45 é mais do que de interesse de qualquer um.

Marina Aranha, a repórter, foi proibida de acompanhar a reunião. Voltou para a redação e só ficou sabendo do resultado após o fim do encontro porque um dos conselheiros, que também é integrante de um sindicato, deu entrevista. O superintendente da Transerp, William Latuf, não se manifestou. Publicamos a notícia.

No dia seguinte, quando os outros jornais da cidade foram recuperar a nossa história e ligaram para a assessoria de imprensa da Prefeitura, outra dificuldade. A resposta da assessora era de  que a discussão sobre o aumento das tarifas "ainda era muito interna" e de que demoraria para as coisas se consolidarem de fato.  Só para ressaltar: mais de um repórter deste jornal ligava todos os dias para a Transerp e para o conselho de transporte para saber se havia novidades sobre o aumento da tarifa e a resposta da Transerp era sempre que não e que, quando houvesse algo de novo, seríamos informados. Nunca fomos informados pela Transerp de nada e sobre a reunião só ficamos sabendo porque a repórter sabia que aí tinha.

Assessores de imprensa, sejam eles de prefeituras,dos estados ou da União, de câmaras de vereadores ou de assembleias legislativas, deveriam ter um pouco mais de noção sobre o que é, de fato, ser jornalista ou sobre como funciona, de fato, o jornalismo. Saibam, meus caros, que vocês não estão aí para blindar prefeitos, secretários,  ministros e parlamentares de notícias pouco populares. Vocês existem para facilitar e intermediar o acesso de repórteres com as autoridades políticas. Todos vocês são pagos com o nosso dinheiro e qualquer pessoa com um cargo público têm o dever de informar e nunca de esconder.

De novo, o McDonald´s

Tem gente que vai ler esse blog e pensar que é implicância minha. Ou vai pensar que se não for implicância é um desejo reprimido daqueles tão brutais que faz com que as pessoas falem mal, um sentimento bem parecido com a inveja. Mas não é nada disso. Eu até que comia lá, bem de vez em quando, mas comia. Meu asco contra o McDonald´s foi sendo construído bem aos poucos e se consolidou com o episódio da barata no sundae, lá na loja do Santa Úrsula. Acho que tudo começou com o Super Size Me. Mas tenho discernimento suficiente para saber que uma pessoa que comer hambúrguer todos os dias vai mesmo explodir. Mas alguma coisa naquele documentário me fez parar para pensar. E também achava o lugar meio caro para o tamanho do sanduba.

Depois recebi um vídeo sobre a forma de preparo dos sanduíches. Um horror. Vejam com seus próprios olhos: http://www.youtube.com/watch?v=87d4nOHmiRs . Então veio a notícia de que o lugar obrigava seus funcionários a almoçarem seus próprios sanduíches todo santo dia. Não podia sair para almoçar em outro lugar. Depois teve a quantidade de hambúrgueres estragados apreendidos em São Paulo. E depois, o mais chocante de todos, a barata, viva, no sundae de maçã. Mas, nem sempre as pessoas levam a sério o que é publicado por aí e, muito menos, o que é publicado por aqui, neste blog. Meus amigos já tinham lido sobre tudo isso, mas insistiram em comer no Mc. Eis que pagaram com os próprios estômagos. Em dias alternados, mas na mesma semana, três amigos foram comer na loja da Presidente Vargas. Não sei se os três comeram os mesmos lanches, mas todos eles passaram bem mal durante a madrugada. "Morri, Maria", foi o que uma delas me disse.

Juro, não é implicância porque eu era fã do McFlurry e também das tortinhas, mas hoje não como mais nada. E também não sou nenhuma militante contra o fim dos fast foods. Quero que se danem se as pessoas querem pagar para comer mal. Livre arbítrio é para isso mesmo. O meu post é apenas para que mais pessoas saibam que uma das maiores redes de fast food do mundo, se não a maior, é um engano e que a higiene deixa mais do que a desejar.

O Fim do Snacks

Para quem não conhece, pode esquecer porque não dá mais tempo. Pelo menos não naquele lugar. O Snacks, um restaurante bacana mesmo, que tinha aberto na Olavo Bilac, onde já reinou o famigerado Baobá, fechou as suas portas mais rápido do que um pensamento. Tem gente que fala que não durou nem um mês, mas acho que foram três meses de existência.

Já existe uma unidade do Snacks lá na ou perto da Unaerp, mas eu nunca tinha visto e nem ouvido falar e esse da Olavo Bilac só fiquei sabendo porque alguém me indicou. Para não falar que o cara não fez propaganda, recebi um flyer uma vez durante a Stock Car, mas nunca mais vi nada. Nem um outdoor, anúncio em rádio ou jornal.

Para quem não conseguiu prestigiar, o lugar era o máximo. Meio Malhação, mas o máximo. Vários tipos de saladas, que vinham acompanhadas com torradas gigantes por preços mais do que camaradas. Sem contar os Smoothies e os lanches, que eram preparados no esquema Subway, mas muito melhores. Agora o local está em reforma e vai virar outra coisa. Mas a minha pergunta é: por que as pessoas acham que um negócio vai andar com as próprias pernas em tão pouco tempo e sem anunciar aos quatro cantos que, sim, ele existe. O Burger King que é o Burger King anunciou. O The Fifties, que é mais do que conhecido, também anunciou.

Não sei se o problema é que as pessoas não gostem de comidas saudáveis. Acredito que o problema, neste caso, é que as pessoas não sabiam que o lugar existia e o proprietário teve pressa em ganhar dinheiro. Uma pena. Estou órfã de almoços saudáveis e baratos perto de onde trabalho. Meus amigos de jornal - e olha que jornalista tem fama de só gostar de comida podrona - também lamentam.

A garagem é minha!

Duas vagas na garagem. Apenas um carro. A garagem número dois está pintando. Ok. Guardarei na garagem de número um, apesar de o número de manobras ser muito maior. "A sua garagem de número um está ocupada", fala o porteiro. "Como assim?", pergunto sem entender nada. "O síndico que colocou o carro do doutor Paulo lá. É que o doutor Paulo está viajando e o síndico guardou na sua vaga enquanto você trabalhava porque ele não achava que a pintura não ficaria pronta hoje." "Ah, entendi. Pede para o síndico tirar o carro de lá então." "O síndico não está e eu não vou dirigir aquele carro não. Mas, você pode guardar o carro no shopping e passar a noite lá e depois manda a conta para o condomínio." "Eu quero parar na minha garagem. Eu já pago condomínio suficiente para isso." "Desculpa, mas agora não vai dar." "Puta síndico folgado!"
Fui vencida. Segui para o shopping para guardar o carro. Tá bom, eu sei que o shopping é na esquina de casa, mas foi difícil de achar vaga e só consegui no subsolo número três. Frequentadores de shoppings sabem muito bem o que significa estacionar no terceiro subsolo. É um saco até conseguir chegar no térreo e só eu sei quantos minutos demora para chegar o elevador na porra do terceiro subsolo.
Na hora de travar o carro, pimba! O vidro não sobe. Quebrou. Pronto. Arrumei mais uma desculpa para estacionar na MINHA garagem. O síndico não chegava nunca. Devia estar tranquilo passeando por aí sabendo que a sua garagem estaria bem reservada quando chegasse. Afinal, ele é o síndico e quem se atreveria a colocar o carro na vaga do sín-di-co? Pedi o celular do bendito para o porteiro e, ao invés de me passar o número, o porteiro achou melhor eu colocar o carro numa outra vaga que estava vazia porque o dono dela estava viajando. "E se ele chegar de madrugada?" "Ah, não vai chegar não. Tenho certeza." "Tá bom. Se ele chegar a gente interfona para o síndico de madrugada."
Ele não chegou. Mas eu ainda não desisti de falar para o síndico que na minha vaga mando eu. Baixinho folgado.

Pão com mortadela para os jornalistas

No Jornal de Piracicaba, meu primeiro emprego, serviam pão com mortadela ou manteiga e mais refrigerante barato todos os dias à tarde para todos os funcionários da empresa. E reclamavam: "Pô, custa colocar um presunto com muçarela de vez em quando?" No Jornal de Piracicaba tinha motorista, cartão de ponto e ninguém trabalhava de domingo porque não tinha jornal de segunda. A redação era bem mal localizada. Me lembro também que quase todos os dias saía antes de o sol se por. Bom isso

No Bom Dia Jundiaí não tinha cartão de ponto, todos trabalhavam aos domingos, não tinha motorista e nem táxi, os repórteres e fotógrafos precisavam dirigir. Não tinha lanche e muito menos cozinha ou geladeira. Nem pizza no pescoção. Mas tinha computador novo com cadeiras novas e uma redação bonita e bem localizada, mas com um banheiro só e faxineiras almoçando na garagem porque não havia nenhum outro lugar decente para almoçar

Na Folha de S. Paulo, em Ribeirão Preto, não tinha cartão de ponto, trabalhava de domingo, o horário normal eram 12 horas diárias de segunda a quinta e de sexta-feira era normal entrar às 9h e sair às três da manhã, quando não quatro. Não tinha lanche, pizza, nem nada parecido. Os computadores eram ruins de lascar, dava vontade de jogar na parede. Cada repórter tinha um telefone celular da própria empresa e direito a um gravador (deveria ser obrigação, certo? mas não é). A localização era boa e só.

De volta ao Bom Dia Jundiaí (jornalista se acostuma mesmo com coisa ruim) duas mudanças tinham acontecido: uma cozinha foi montada na garagem e não precisávamos mais dirigir pois a direção tinha liberado o uso de táxis.

No Correio Popular, em Campinas, tinha cartão de ponto, trabalho aos domingos, motoristas a rodo, máquina de café, pizza de sexta para quem ficava no pescoção e computadores bem ruins, daqueles que dá vontade de jogar no chão e pisar em cima. Assim como no Jornal de Piracicaba, os telefones precisavam ser compartilhados. Mas diferente do Jornal de Piracicaba, todos faziam DDD. Os telefones não possuiam sistema de gravação e para conseguir um gravador ou um rádio que também fzia ligação precisava pedir para a chefia

Na Gazeta de Ribeirão, tem um motorista, mas pode usar táxi (com parcimônia, claro, porque nem tudo pode ser bom!) e ninguém precisa dirigir. Tem cartão de ponto e ninguém precisa trabalhar de domingo porque não tem jornal de segunda. Os computadores deram uma melhorada, mas ainda têm alguns ruins de doer. Os gravadores só chegaram depois de dois anos e de muita insistência. Tem pizza de sexta para quem fica no pescoção e a localização também é boa. Fim.

Sem máquina de café: é tudo culpa da crise

Tiraram a nossa máquina de café. Culpa da turbulência econômica internacional e do consumo excessivo da bebida sagrada pelos jornalistas. Diretoria continuou com a máquina. Deve ser porque eles não bebem tanto café assim. Nos presentearam com o cafézinho da máquina Melitta. Caseiro, muito melhor

Demitiram dois repórteres de uma equipe de seis. Culpa da turbulência econômica internacional.

Com a equipe reduzida, a redação é informada de que o número de páginas do jornal iria aumentar durante a semana e no domingo também. Por causa da turbulência econômica internacional, o bendito impresso precisaria ficar com mais volume, para atrair mais anunciantes e mais assinaturas

Sem café e sem repórter, jornalistas seguiram produzindo um jornal mais robusto

Pediram para diminuir a quantidade do banco de horas. Pediram para diminuir o valor gasto com táxi. Pediram um suplemento especial de Imóveis, Mulher, Aniversário, Condomínios, Empregos, Educação. Pediram para não ter erros nas matérias. Pediram para tomar mais cuidado com coluna social. Pediram para otimizar as funções. Pediram para não publicar matéria que falava mal do fulano e do ciclano para não perder o anunciante. Pediram mais cautela. Pediram para não viajar muito para economizar a gasolina e o pedágio. Pediram para não deixar jornais esparramados em cima da mesa. Pediram para organizar as mesas. Vetaram congressos. Vetaram verbas para cursos. Vetaram aumento para os funcionários. Contrataram mais contatos para a publicidade.

Jornalistas seguem fazendo três pautas por dia, tomando cuidado para não gastar muito com o táxi, não ultrapassar o banco de horas, não escrever o nome do fulano ou do ciclano, não falar mal do fulano ou do ciclano. E os jornalistas seguem fazendo três pautas por dia, sem previsão de aumento, sem coragem de pedir para participar de um congresso, sem vontade, sem viagem e sem café. E os jornalistas continuam fazendo três pautas por dia e sendo obrigados a engolir tudo. Sem se manifestar, sem reclamar. Tudo normal. Porque jornalista se acostuma com tudo. É isso ou nada.

A vida sem cigarro - Só por hoje eu não fumei!

Dois meses sem cigarro. Nenhum trago num Marlborinho, nem no light. Me sinto como num F.A, os Fumantes Anônimos. Só por hoje não fumei. Tirando que não gasto mais os R$ 60 por mês com os bonitinhos maços com mensagens antitabagistas, que minha mão não cheira mais cigarro e que não fico mais angustiada quando o último bendito está chegando ao fim, nada de muito interessante aconteceu. Meu paladar não melhorou, não estou correndo a maratona porque meu fôlego parece de um atleta, minha pele não está mais lisa ou macia e meu cabelo não está mais sedoso. Para piorar, tive que aumentar a frequência na academia para não engordar e fazer um regime danado. Isso sem contar os malefícios fisiológicos, mas vamos deixar os detalhes sórdidos para outro dia.
Mas, ainda assim, vou continuar a pertencer ao F.A. Afinal, sei bem quais são os malefícios do cigarro. Mas que é bom, é bom. Esse fim de semana fui a uma festa onde havia muitos, mas muitos fumantes. Nem um trago. Só por hoje eu não fumei, pensei mais uma vez ao deitar na cama. Fiquei a tarde toda e a noite também (tempo que durou o aniversário) com um cigarro apagado na mão. Ainda não consegui ter nojo de cigarro como muitos ex-viciados depõem por aí. Acho que cigarro é bom, assim como um bom lanche bem calórico, que também não como. É, a vida pode ser chata. Ah, meu humor também não melhorou não. Deu para perceber?

O que são calorias?

"Calorias são pequenos vermes, inescrupulosos, que vivem escondidos no guarda-roupa e que, durante a noite, ficam costurando e apertando as roupas das pessoas".

Cartola faz chorar

- Tá falando sozinho, Cartola

- Não é sozinho. To falando com as rosas

- Mas as rosas não falam, Cartola

Estava no shopping Santa Úrsula num evento em homenagem a ele. Fantasiado, um bom contador de histórias nos colocava a par da vida do boêmio. Para intercalar, músicas de Cartola. Quando As Rosas Não Falam começou senti um aperto no peito e lembranças, boas, tomaram conta daquele momento. É esquisito como me lembro da minha infância e adolescência com uma nostalgia sem tamanho e hoje já consigo entender a minha mãe quando ela chorava por estar com saudade. Saudade do que mãe? De quando vocês eram crianças, de quando eu era jovem, da casa que eu morava, das minhas amigas da escola.

Engraçado. Eu já sinto falta das mesmas coisas. Com a música de Cartola lembrei de minha mãe cantando e tocando violão para mim. Desde muito criança sei a letra como se fosse uma música infantil. Cantava com a minha mãe, mesmo sempre tendo achado a letra triste. Mas era bom cantar com a minha mãe e a ouvir no violão. A gente cantava no quarto, no quintal e até na creche onde ela ajudava.

Hoje eu ainda canto com ela, mas não é como antes. Eu não moro mais lá e desde que saí de casa nunca mais consegui passar um bom tempo com ela. O futuro ainda era distante e não o presente que ele já é. Não sei se era isso que esperava dele. Não sei ao certo se gosto dele. As lembranças não me permitem distinguir se é melhor ou pior ou se não é possível comparar os dois tempos. Quando o cavaco começou a dedilhar As Rosas Não Falam, me deu vontade de chorar. No final, chorei.

Pobre Macabéa

Relendo Clarice Lispector, senti um soco no estômago:

"Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias. Mas preparado estou para sair discretamente pela saída da porta dos fundos. Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só quereria ter o que eu tivesse sido e não fui." -A Hora da Estrela

Ai que preguiça de checar!

- Você pode checar essa história para mim? Parece que atearam fogo num morador de rua durante a madrugada. Não sei que bairro foi, mas a vítima deu entrada no pronto-socorro com queimaduras no pé.

3 horas depois...

- Você checou aquela história?

- Não. Não apostei nela!

- Ah, é? E por que não?

- Porque queimou só o pé

- Ah, mas que sorte teve o morador de rua hein? Poderia ter sido no corpo inteiro

- É, poderia.

- Deixa que eu checo essa história para você, pois eu estou apostando nela (detalhe: não estava acreditando que estava ouvindo isso de um repórter)

5 minutos depois...

- Quem colocou fogo no mendigo foi o dono de uma loja de computador onde ele dormia todas as noites. Aconteceu na frente de um shopping, o segurança viu e o proprietário foi detido. Ele alegou que tinha jogado álcool na calçada, em plena madrugada, para tirar o cheiro de urina deixado pelos mendigos

- Ah, parece que agora a história tá ficando boa. Vou checar. Que sorte que o mendigo teve de só ter queimado o pé, não é?

- É, Joãozinho, é sim. Sorte a dele.

Alphaville de Ribeirão não será cercado por muros

Reportagem do Estadão, escrita por Diego Zanchetta. Publico no blog na íntegra. Só para chamar ainda mais a atenção, o local será erguido nas margens de uma rodovia e nem guaritas e nem muros serão permitidos para cercar o empreendimento. Também tem córrego e mata nativa nos arredores. O site do Alphaville anuncia o empreendimento com guaritas e câmeras. Isso também não será permitido. Só para esclarecimento, o local foi aprovado pela Câmara como loteamento, o que significa que o local será um bairro e não um condomínio fechado. Portanto, caberá a Prefeitura realizar toda a infraestrutura do empreendimento. Se tivesse sido aprovado como condomínio, o Alphaville é que deveria dar conta da rede de esgoto, coleta de lixo, asfalto, etc. Sendo um bairro, pode entrar quem quiser e quando quiser. Ninguém poderá ser barrado na portaria. Divirtam-se!

Prefeitura veta o fechamento do loteamento, ao contrário do que anunciavam corretores e o site do empreendimento imobiliário

Diego Zanchetta - O Estado de S.Paulo

Em Ribeirão Preto, os 586 primeiros terrenos do futuro Alphaville da cidade do interior paulista foram vendidos em menos de duas horas, no fim de março. Mas a alegria das famílias que conseguiram uma área no condomínio mais cobiçado da região pode virar frustração. Segundo o Ministério Público Estadual, o loteamento não poderá ser fechado por muros e guaritas, como anunciam os corretores e o site do empreendimento.

A própria autorização da Prefeitura para os loteadores, emitida no dia 10 de dezembro, não permite o fechamento das ruas do conjunto, localizado em uma colina a 10 quilômetros do centro, numa área cercada por mata nativa e córregos. O contrato de compra recebido por quem adquiriu um dos terrenos também informa que o local será um loteamento, com a possibilidade de ser celebrado um acordo com as autoridades para a instalação das guaritas. A Alphaville Urbanismo também confirmou que serão permitidos muros somente dentro dos lotes privados.

Compradores. "A cláusula 21 já informa que é um loteamento, e não um bairro fechado. Aqui em Ribeirão não será um condomínio como o Alphaville de Barueri, fechado com guaritas. Mas quem comprou um lote tinha essa ideia. As pessoas, na ansiedade de comprarem um terreno no único dia das vendas, talvez não tenham lido direito o documento", afirma o promotor da Habitação Alberto Machado, que há duas semanas obteve decisão no Tribunal de Justiça de São Paulo que obrigou a derrubada dos muros de outros dois condomínios de alto padrão da cidade localizada a 313 km da capital, o Royal Parque e o Jardim Itanhangá.

Para quem gastou até R$ 800 mil para adquirir só um terreno, como a empresária do ramo de cosméticos Maurilice Andrade e Souza, de 42 anos, seria impossível prever que o loteamento não seria fechado por muros. "Comprei por causa da grife Alphaville. Uma tia minha mora aí em Barueri e pensei que o condomínio seria igual. Imagine que eu vou investir agora para construir uma casa e morar com a estrada ao meu lado, sem muro de proteção... Quero que tenha guarita como diz o site", afirma a empresária.

Perigo. "Eu comprei o terreno justamente para poder construir uma casa sem muros. Se o condomínio não vai ter controle de entrada, vai ser mais perigoso que morar na cidade, pois vamos estar do lado da estrada e numa casa sem muros", emendou o engenheiro químico Joel Palhares, de 36 anos, que comprou um lote de 622 metros quadrados por R$ 500 mil. "Tenho certeza de que as regras vão mudar até a inauguração do condomínio, em 2012. Isso eu aposto", diz o engenheiro.

O terreno do Alphaville Ribeirão tem o tamanho do Parque do Ibirapuera e fica ao lado da Rodovia SP-328, que liga Ribeirão ao distrito de Bonfim Paulista. Durante o processo de legalização do empreendimento, os construtores negociaram com o governo municipal a retirada de 400 pessoas de uma favela que ficava dentro da área do loteamento. Os empreiteiros vão construir um conjunto habitacional de casas para os moradores da favela.

Acesso. Em nota oficial, a Alphaville Urbanismo confirmou que serão construídos muros somente no interior dos lotes privados, e não em todo o entorno do loteamento, como já ocorre nos conjuntos da empresa em Barueri e em Santana de Parnaíba. O projeto de Ribeirão Preto, segundo a empresa, "foi elaborado com o objetivo de facilitar o monitoramento da segurança". "Portanto a área residencial do empreendimento terá apenas uma via como acesso." A nota, porém, não esclarece se serão construídas guaritas e uma portaria de controle de entrada, como informam o site e as imobiliárias credenciadas pelo empreendimento.

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Jornalista. Ardida. Gosta de livros, música, Mafalda, São Jorge, sorvete, corrida e bicicleta. Canta sozinha na rua e conta helicópteros no céu.

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