Duets: Não vale o quanto pesa

Desde que o Duets, em Ribeirão Preto, implantou o sistema self service ensaio para ir almoçar lá. O restaurante contratou João Roberto, um renomado chefe desta digna cidade, para ser o coordenador dos menus diários. João Roberto era o proprietário do La Pyramide, um restaurante francês, com poucas mesas, conhecido também por assaltar os seus clientes na saída.

Após assistir a uma propaganda do Duets, na qual João Roberto mostrava que dobradinhas e rabadas seriam adicionadas ao cardápido, decidi mesmo que precisava ir até lá. Não por mim, pois passa longe do meu paladar essas comidas extravagantes. Mas o meu marido simplesmente adora (são as comidas que ele mais gosta na vida) e faz verdadeiras sagas pelas cidades onde passa para descobrir quais são os restaurantes que servem os melhores pratos. Somamos aqui também a moela e o ossobuco. Eu só olho.

Enfim, decidimos encarar o Duets num domingão, mais espeficicamente hoje. Vamos ao preço, que é o que interessa: R$ 52 por pessoa, sem incluir as bebidas. Pelo preço e pelo renomado chefe tinha certeza que iria comer até dizer chega. Engano meu. Mario, meu marido, começou pela dobradinha. Não gostou, achou adocicada e com gosto acentuado de cenoura. Sem tempero. "Já comi muitas muito melhores", reclamou o consumidor exigente de dobradinha.

Dirigiu-se, então, até o refratário da rabada. Ao colocar a comida no prato, já veio a primeira reclamação: não era rabada, era ragú, pois a carne estava desfiada. "Deve ser para ninguém comer com a mão", concluiu. O gosto de cenoura era o mesmo da dobradinha. Avaliação geral: faltou tempero ou alguma coisa mais marcante, que poderia ser a pimenta ou um vinho. Eu, como não entendo nada disso, só estou repassando a mensagem.

Sobre o que eu comi: um peixe "Dourado" que estava muito bom. Um risoto de limão siciliano que estava ruim. É sério. Estava seco e sem gosto. Um talharine verde com molho branco: nada de mais. Qualquer macarrão que a minha mãe faça é muito melhor. De sobremesa, docinhos caseiros. E só.

Definitivamente, não vale o quanto pesa. Só volto lá se for para comer hambúrguer. Nisso sim a casa é especialista. A conta é salgada, mas na comida falta tempero. Nada contra o chefe, que deve ser bom mesmo porque ele é o queridinho das revistas de grastronomia. Das revistas de Ribeirão, só para ficar claro. Não sei qual a aceitação dele no resto do mundo. Mas a mim, não agradou. Como não haverá próxima vez, deixa pra lá.

4 comentários:

marina aranha 17 de outubro de 2010 às 17:18  

por 100 pila o casal compensa comer uma barra de ouro, que vale mais do que reais!

Luís Fernando 17 de outubro de 2010 às 20:20  

Putz, bom saber. Obrigado pelo "teste cego", Maria! Não perderei meu tempo (nem meu dinheiro). E o Engenho da Cerveja, heim, será que já voltou com a rabada?

Neto Guido 19 de outubro de 2010 às 17:10  

Maria, como não acompanho, o tal chef "era" proprietário do La Piramid, por que? fechou? Ser renomado por revista gastronomicas é relativo, pois rola um tal de jabá, já comeu?
Ribeirão nunca esteve na rota da alta gastronomia e sabemos por que, né!
Fala pro seu marido que indico o ossobuco do Pomodori no itaim em sampa. De lamber os dedos.

Tatiana Fávaro 22 de outubro de 2010 às 12:28  

Marquemos e peço pra dona Sônia fazer uma rabada com polenta e agrião. De chorar.

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